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Inconformados com novo horário, restaurantes despedem trabalhadores

Os agentes de restauração não concordam com o novo horário de funcionamento que entrou sábado em vigor no âmbito de prevenção da COVID-19. A funcionarem das 6 às 18 horas, alguns restaurantes na cidade de Maputo estão a suspender contratos dos trabalhadores.

As novas medidas restritivas de prevenção da COVID-19, anunciadas na passada quinta-feira pelo Presidente da Republica, Filipe Nyusi, são relativamente rígidas e era de se esperar, a avaliar pelo crescente número de casos de infecção pela doença na capital do país e outros pontos.

Com o novo decreto do Governo, os restaurantes passam a fechar justamente na hora do pico da clientela, por isso os agentes de restauração não se conformam com o novo horário. O receio de fechar as portas é ainda maior.

Devido à situação, os responsáveis por restaurantes esperam por quebra das receitas, até porque, para tristeza de alguns trabalhadores, os patrões começaram a suspender os seus contratos.

“Em menos de 24 horas, soubemos que alguns colegas já tinham sido dispensados. Como podem ver, os clientes são muito poucos e a consequência disso é o que aconteceu com os outros”, disse Nélio Manuel, responsável de sala num estabelecimento de restauração em Maputo.

E não é para menos! Na capital do país, o movimento de clientes nos restaurantes é fraco e isso já estava a acontecer quando faltavam algumas horas para entrada em vigor das novas medidas.

Numa ronda pelos estabelecimentos de restauração, o “O País” deparou-se com uma situação que poderia ser normal, mas não é, só de pensar que dali sai o sustento de responsáveis de famílias.

“Não sabemos até quando poderemos aguentar com a situação e, do jeito que as medidas foram acrescidas, a situação é ainda pior”, queixou-se Lino Machava, gerente de um restaurante na capital.

O novo horário não está bom. Agora temos de fechar logo na hora em que podíamos estar a servir o jantar”, lamentou Ilma Figueiredo.

Não está e não vai ser fácil. Entre o medo e incertezas, o certo é que os agentes de restauração terão, daqui em diante, de procurar ser resilientes.

“Neste momento, o que podemos fazer é tentarmos ser rigorosos com o cumprimento das medidas e também nos reinventar, como prestando serviços de entrega”, sugere Nélio Manuel.

Mesas e assentos vazios, com a presença tímida de clientes, é pelo menos este cenário que poderá caracterizar muitos restaurantes da capital moçambicana durante os 30 dias do novo decreto. Contudo, o importante, agora, é evitar o pior.

 

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