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Imane Idrissi e Mi Sook Park expõem “Sombra dos sonhos”

“Sombra dos sonhos” é o título da colectiva que junta obras da autora marroquina, Imane Idrissi, e da coreana Mi Sook Park. A exposição será inaugurada esta quarta-feira, às 18h, na sede da Fundação Fernando Leite Couto, em Maputo.

Como o título indica, o conteúdo das obras, a serem expostas até 30 deste mês, sugere precisamente situações de sonhos que permitem interpretações infinitas, as quais, na percepção de Imane Idrissi, no final dependem do olhar, do ângulo e da imaginação de cada pessoa. Propositado ou não, a colectiva possui obras com sombras, que criam a confusão que mescla os sonhos com o real, acredita a artista plástica a viver no país lá vão bons anos: “esta exposição é justamente algo fora do tempo, fora do espaço, suspenso entre o real e o sonho”.

Nas obras que Imane KI leva à colectiva encontra-se uma tela com imagem de uma mulher acorrentada. O título da pintura é "Sofrimento", na qual a artista plástica tentou transcrever todo o sofrimento que pesa sobre uma pessoa, no caso uma mulher. Quanto às correntes? “É uma metáfora de qualquer tipo de constrangimento que nos faz prisioneiros e que acabam nos sufocando; que nos privam de toda a liberdade. E é por isso que há pessoas que não gostam daquela pintura, por aquilo que representa. Mas a arte, sendo uma forma de expressão, não se limita a expressar só a beleza e a alegria, também pode evocar sujeitos tristes e sombrios”.

Em "Sofrimento", de Imane Idrissi, não falta essa subalternização à mulher, afinal até ao séc. XIX, “mesmo na França ‘o país dos direitos humanos’, as mulheres não foram autorizados a usar calças ou votar, e não tinham direito de ter uma conta bancária”.

Além de provocar com propostas que conduzem a uma reflexão sobre a condição da mulher e a liberdade do ser humano, Imani KI mostra-se altruísta nesta colectiva. Por isso, pintou “A caminhada”, que pretende sugerir a escolha de um percurso, escolhido por uma determinada pessoa, sua decisão e determinação.

O que motiva, essencialmente, esta colectiva é a necessidade de as artistas sonharem, “porque o sonho é livre, sonhar não custa nada e faz-nos muito bem. No sonho não existe regras, nem limites nem restrições, nós somos o roteirista de nossa própria história, podemos moldá-la como quisermos e quantas vezes quisermos. Nos sonhos somos o mestre do nosso destino”, proferiu Imane KI.

Ainda na exposição, há crítica a essa cegueira provocada pela ambição causada pelo dinheiro

A exposição “Sombra dos sonhos” possui 24 obras, das quais 18 pertencem a Imane Idrissi, quem investe numa mistura de técnica, com óleo sobre tela, colagem, tecidos e acrílicos.

 

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