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Igrejas saúdam retoma dos cultos e prometem rigor na prevenção

Confissões religiosas ouvidas hoje pelo jornal “O País”, na cidade de Maputo, estão felizes por poder voltar a receber crentes, mas defendem que é preciso rever o protoloco sanitário e permitir que as crianças frequentem as igrejas.

Os portões das igrejas voltam a abrir esta terça-feira aos crentes para a realização de reuniões e cultos religiosos, quase três meses depois da sua suspensão, devido ao aumento das infecções e mortes pela COVID-19, em Janeiro e Fevereiro deste ano.

As igrejas saúdam a sensibilidade que se teve em conta ao decidir a retoma dos cultos, prometendo, por isso, rigor no cumprimento das medidas de prevenção da propagação da pandemia. “Depois de muito tempo parados, tempo em que estivemos fechados, ficamos todos contentes por ouvir esta notícia. Foi com muito agrado que recebemos a informação da retoma dos cultos”, revelou Custódio Tivane, pastor da Igreja Evangélica Assembleia da Deus da Baixa, na Cidade de Maputo.

Trata-se de um agrado, com o qual, já esta quarta-feira, a “Assembleia de Deus” vai realizar o seu primeiro culto após a reabertura. No entanto, o limite de 30 por cento da capacidade é um desafio para as confissões religiosas, por isso equacionam cultuar todos os dias para dar espaço a todos. “Nós temos tido cultos cuja participação tem sido de 1500 a 1700 pessoas, mas, com esta medida, por mais que façamos cultos desde de manhã até ao pôr-do-sol, não é possível albergar a todos”, reclamou o pastor, avançando que “nós vamos criar as mínimas condições de, ou fazermos cultos diariamente, ou recorremos a outra via”, terminou.

Abranger todos é também o compromisso da Igreja Anglicana. O Bispo da congregação, Dom Carlos Matsinhe, assume o compromisso de cumprimento rigoroso das medidas de prevenção da COVID-19 e revela que, se for necessário, serão realizados cultos ao ar livre nos quais podem participar até 100 crentes. “Onde houver espaço suficiente, nós vamos preferir realizar cultos de 100 pessoas, mas fora do espaço de quatro paredes da igreja, para poder abranger mais gente. Mas, onde não houver espaço, vamos usar os 30 por cento”, afirmou Matsinhe. Por outro lado, continuou o bispo, “vamos também realizar mais do que um culto em cada domingo”.

Tendo em conta que as aulas já retomaram e crianças com menos de 18 anos estão a frequentar os estabelecimentos de ensino, emborra sejam proibidas de entrar nas igrejas, as confissões religiosas são pela revisão do protocolo sanitário. “As crianças, quando estão aqui, são colocadas em devidos lugares e têm um tempo determinado”, explica o pastor Custódio, exemplificando que “se o tempo de estudo para as crianças são 40 minutos, aqueles 40 minutos são trabalhados, dentro de uma linha de rigorosidade pelo que, nisso, o decreto devia ser revisto”.

A desinfecção e/ou lavagem das mãos com água e sabão, bem como a medição da temperatura vão continuar a ser os requisitos para a entrada nas igrejas. Neste momento, resta seguir à risca a prevenção e rezar para que a retoma não crie condições para novas infecções pela pandemia.

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