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IFPELAC defende aposta em plataformas digitais para aprendizagem do inglês

É urgente que potenciais candidatos a empregos nos mega-projectos tenham domínio da língua inglesa, para que consigam cumprir as exigências deste sector. A tese é defendida pelo Instituto de Formação Profissional e Estudos Laborais Alberto Cassimo.

A descoberta de recursos naturais na Bacia do Rovuma gerou uma imensidão de oportunidades para as empresas nacionais, mas também novas oportunidades de emprego. As perspectivas para o futuro são animadoras. Com o arranque da exploração do gás natural liquefeito na Bacia do Rovuma, Moçambique deverá encaixar em receitas para o Estado 34.5 milhões de dólares, sendo que, quando se atingir o auge da arrecadação, o Estado poderá encaixar, anualmente, mais de 110 milhões.

Essas grandes expectativas são também acompanhadas por dúvidas. Uma delas tem a ver com deficiências nas habilidades dos candidatos ao emprego nos mega-projectos.

Edmilson Muhate tem 19 anos e está a fazer o último ano de Mecânica Industrial, no Instituto Industrial e Comercial de Maputo. Tem o sonho de trabalhar em grandes empresas, por isso garante. “Estou a estudar bastante. Estudar, estudar e estudar é o segredo. Só assim conseguimos alcançar os nossos objectivos”, referiu o estudante.

Sem domínio do inglês, Edmilson já despertou para a relevância desta língua para o que pretende. “As máquinas que usamos nas aulas práticas estão em inglês, muita literatura da minha formação está em inglês, veja que até a linguagem usual das peças é quase tudo em inglês. Então, essa língua é uma oportunidade para atingir grandes patamares”, referiu.

Tal como Edmilson, Lírio António aspira grandes voos. Estudante do curso de Electricidade de Manutenção Industrial, no Instituto de Formação Profissional e Estudos Laborais Alberto Cassimo, em Maputo, ele já traçou as metas. “Sempre sonhei em trabalhar em grandes empresas. Hoje só se fala do projecto de exploração de gás na Bacia do Rovuma, seria um sonho realizado chegar lá”.

“FALTA DO INGLÊS CONSTITUI UMA BARREIRA PARA O PROCESSO DE FORMAÇÃO”, IFPELAC

Leccionando vários cursos com enquadramento nos mega-projectos, a direcção do IFPELAC diz estar a trabalhar para garantir a certificação internacional dos seus centros no país, para que obedeçam aos critérios exigidos pelos grandes projectos. Neste momento, apenas o centro de Pemba já está certificado, mas isso não é tudo, defendeu Victorino Banze, porta-voz daquela entidade.

“Estamos cientes de que o inglês é deveras importante. A falta do inglês constitui uma barreira para o processo de formação, mas também é uma grande barreira para o acesso ao emprego”, precisou para, em seguida, referir que o IFPELAC tem vindo a incentivar os seus estudantes a usarem soluções baseadas em plataformas digitais para aprender o inglês.

“Hoje em dia, os estudantes têm domínio das tecnologias, por isso entendemos que eles estão em condições de aprender inglês nesses moldes. De forma independente, eles podem aprender muito mais sobre as suas áreas de formação”, disse.

Com a chegada da Plataforma flutuante de produção de gás natural liquefeito na Bacia do Rovuma, por exemplo, estima-se que nela sejam empregues 800 pessoas, sendo que algumas estarão directamente ligadas à produção e outras baseadas nos escritórios em Pemba e Maputo.

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