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Homens munidos de catana voltam a aterrorizar em Maputo

Depois de relativa tranquilidade, homens supostamente munidos de catanas voltaram a semear terror na zona do rio Mulaúze, limite entre as cidades de Maputo e Matola. De 23 a 31 de Dezembro último, três pessoas foram submetidas a maus-tratos com recurso a catanas e despojados de seus bens.

Marcelino Zacarias, 35 anos de idade e pai de três filhos menores, é a mais recente vítima dos presumíveis malfeitores e contraiu ferimentos graves. Segundo as suas palavras, na noite do dia 23 Dezembro passado, por volta das 23 horas, foi interpelado por indivíduos com armas brancas, quando regressava do serviço.

O caso deu-se numa zona próxima a “Missão Roque”, cidade de Maputo. Quatro homens, todos trajados de preto e empunhando catanas, arrastaram o jovem marinheiro até uma plantação de hortícolas, nas margens do rio Mulaúze, depois de amarrarem os seus membros superiores e inferiores. Na circunstância, o cidadão perdeu dois telemóveis e 2.700 meticais, incluindo uma mochila que levava às costas.

Os malfeitores não deixaram escapar os 17 quilogramas de lulas que a vítima levava para a família, para os festejos do Natal.

Marcelino Zacarias contou que quando lhe foi retirado os bens, um dos presumíveis agressores ficou com a responsabilidade de tirá-lo a vida, o que não aconteceu por um golpe de sorte.

“Eu fiquei amarrado, eles saíram e deixaram-me com um dos integrantes” do grupo, “que me devia cortar o pescoço ou as pernas, mas ele poupou-me. Retirei as cordas e rastejei até à rua onde pedi ajuda para o posto policial”, de onde “liguei para a minha esposa através do telefone de um agente da Polícia. De seguida, fomos ao hospital. Cortaram-me no joelho e fui costurado sete pontos. Criaram-me também cortes nos braços e nas costas, Dou graças à Deus que estou vivo”, declarou o jovem.

Lídia Lázaro, quatro vezes vítima na mesma zona, numa das incursões dos supostos agressores perdeu o marido, ferido a catanas quando ela estava grávida, em 2006. O filho, hoje com 14 anos de idade, não conheceu o pai.

O seu sobrinho foi igualmente vítima dos malfeitores na noite do dia 25 de Dezembro, depois da celebração do dia da família. O jovem sofreu cortes nos membros inferiores e na face. No momento em que a mulher falava ao “O País”, a vítima estava no posto médico para tratar dos ferimentos.

Próximo ao local onde actuam os malfeitores existe um posto da PRM, que segundo a comunidade é incapaz de estancar a onda de criminalidade.

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