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Heike Roch estreia Pandza land no Franco-Moçambicano

Cineasta e jornalista alemã conta em filme a história do pandza conectada com outras realidades do país. O documentário será exibido hoje, no auditório do CCFM, em Maputo.

Às 19h de hoje, a realizadora e jornalista alemã vai estrear, no Centro Cultural Franco-Moçambicano, na cidade de Maputo, o documentário intitulado Pandza land. O filme com uma hora de duração retrata a história da música moçambicana, focando-se no ritmo pandza. A partir desta viagem pela arte musical feita no país, o filme de Roch explora variados aspectos da realidade quotidiana dos moçambicanos.

Para a realizadora alemã, a música em geral reflecte sempre o tempo contemporâneo e o espírito de um país. E, no caso, o pretexto do documentário tinha que ser o pandza e não nenhum outro ritmo musical porque, afirmou Heike Roch, se preocupa sempre com histórias relativas a perspectivas diferentes sobre Moçambique, algo que encontra no pandza, “uma palavra que aglutina muitos sentidos do rhonga/changana”, defendeu a alemã.

O filme Heike Roch foi gravado em 2016, a maior parte. Não obstante, as derradeiras filmagens realizaram-se um ano depois, portanto, em 2017. O início das gravações coincidiram com a realização da segunda edição do Festival de Pandza.

Ora, a produção deste documentário resultou, com efeito, de uma colaboração entre a artista e o antropólogo moçambicano Fernando Tivane, que fez um trabalho sobre a história do pandza. Além de interagir com Tivane, Heike Roch teve que conversar com muitas pessoas porque sentiu que existe inúmeras perspectivas sobre o ritmo musical. As conversas incluem entrevistas inseridas no documentário. Depois de todo o empenho nesse trajecto pelo passado de um ritmo, a jornalista espera que, neste filme, os espectadores ou telespectadores encontrem aspectos positivos de uma nação, cheia de dinâmica e emoção.

Em grande parte, Pandza land foi gravado na cidade de Maputo. Apenas houve uma pequena parte gravada na Quinta Tropical, na Matola. O filme é falado em português e legendado em Inglês.

Depois de se exibir no Centro Cultural Franco-Moçambicano, a projecção do filme passa para Quinta Tropical, às 18:30h do dia 2 de Dezembro. A 12 do mesmo mês, será exibido no espaço 16 Neto, também às 18:30h, na cidade de Maputo.  

SINOPSE

Pandza Land foca-se na realidade e na relação entre país do pandza e o estilo musical electrónico popular que se inspira na vida quotidiana. O termo comum pandza desenvolveu-se a partir da música e reformou o seu significado. No sentido musical, significa misturar-se e mexer-se. Para os moçambicanos, pandza é uma maneira de compreender e fazer a vida.

Pandza Land baseia-se numa série de histórias que reflectem a vida no país do pandza, produzido com uma equipa técnica moçambicana-italiana. O documentário transmite momentos contados através dos ritmos dos músicos da República do Pandza e do modo de vida dos bailarinos Os Bonecos. A iniciativa colectiva foi a base do projeto que além de ser um trabalho experimental, trouxe também muita diversão. Os intervenientes do filme são: Heike Roch (direcção e produção), Fernando Tivane (produção de entrevistas aos artistas), Tomás Django (que, com Fernando Tivane, foi conselheiro de conteúdo), Nataniel Neto (câmara), Alessandro Rossini e Heike Roch (edição), Artistas protagonistas: República do Pandza, DJ Ardiles, Mr Kuka, N´Star, Mr. Dino, Denny OG, Cizer Boss, Os Bonecos – Azocrim José Maundze e Almeida dos Santos Mavota.

 

PERFIL
Heike Kirsten Roch estudou design de moda em Berlim e São Paulo. Até o final dos anos 80, viveu em Roma, até 2012 em Hamburgo e Berlim. Trabalhou para agências de criação e editores, projectando produtos de tendência e previsão. Estudou jornalismo. Desde 2013, Roch trabalha na área da cultura em Maputo, como jornalista e autora.

 

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