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HCM introduz técnica de vídeo na cirurgia de remoção de pulmão

O Hospital Central de Maputo realizou, pela primeira vez, esta quinta-feira, uma cirurgia torácica vídeo-assistida, para a remoção de um pulmão, através de uma abertura de poucos centímetros no corpo do doente.

Um idoso de 60 anos de idade, cujo pulmão estava deteriorado, o que condicionava a sua respiração e lhe provocava tosse com sangue, foi o primeiro paciente, no país, a experimentar o novo procedimento cirúrgico.

O director do Departamento de Cirurgias do Hospital Central de Maputo, Atílio Morais, referiu que na cirurgia torácica vídeo assistida de porta única, as aberturas através das quais são colocados os instrumentos cirúrgicos e de filmagem são muito pequenas.

E como não é aberta toda a cavidade, as imagens captadas pela microcâmara introduzida no organismo são visualizadas através de um ecrã. E o órgão afectado é retirado através de uma abertura de poucos centímetros.

“Por vídeo toracoscopia fazemos mais biópsias, remoção de partes doentes e esta é a primeira vez que tiramos todo o órgão doente e com uma pequena incisão”, esclareceu o cirurgião.

Esta intervenção, que acontece pela primeira vez no país, contou com a presença do cirurgião torácico Diego González-Rivas, médico espanhol que inventou a técnica de uma incisão.

“Já era possível fazer este tipo de cirurgias antes, mas eram feitas três incisões e foi ele quem inventou esta técnica uni-portal. Já vínhamos organizando a vinda dele há um ano e está no país apenas por dois dias, mas já estamos a organizar a vinda dele para o próximo ano”, disse Atílio Morais.

O médico-cirurgião aponta as vantagens da técnica, por exemplo, o doente fica com uma cicatriz de poucos centímetros, o que evita dor na recuperação e, diferentemente dos procedimentos cirúrgicos tradicionais, este tem como vantagem a facilidade na recuperação, que passa de 48 horas para 24 horas na sala de reanimação – “se a operação fosse tradicional, a ferida seria grande e teríamos de pôr mais tubos, esta inovação é muito diferente e muito vantajosa”.

O cirurgião sublinhou quem há, ainda, vantagens para o hospital, uma vez que, com esta técnica, o hospital tem menos custos com o internamento dos doentes.

Segundo o profissional de saúde, foram operados, através da técnica, dois pacientes e as cirurgias correram bem e, esta sexta-feira, poderão sair da sala de reanimação para enfermaria.

Moçambique é o 115º país a beneficiar-se do procedimento.

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