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HCM interna diariamente três pacientes com problemas cardíacos

Pelo menos três pessoas são internadas no Hospital Central de Maputo (HCM), por dia, devido a problemas cardíacos. A maior parte dos pacientes tem acima de 50 anos de idade. Entretanto, actualmente, as doenças cardíacas já afectam maioritariamente os jovens por causa de hábitos considerados prejudiciais à saúde. Não se sabe ao certo o número de doentes com problemas cardíacos que o maior hospital do país assiste, uma vez que a lista é extensa.

O médico daquela unidade sanitária, Edson Jasse, explicou que dois a três doentes são internados, por dia, por conta desse problema. O médico sublinhou que outros pacientes, também com problemas cardíacos, são tratados sem necessidade de internamento.

“Temos o serviço de consultas”, no qual “são feitas triagens três vezes por semana e por dia até 20 doentes” por conta de “patologias de fórum cardíaco”, disse o médico, acrescentando que, desses enfermos, “quatro ou cinco” têm sido considerados pacientes com problemas cardíacos.

O número de pessoas que procuram os serviços do HCM devido a esses problemas tende a aumentar porque as doenças cardíacas são crónicas e há necessidade de fazer seguimento para o resto da vida.

Conforme explicou o médico, todas as faixas etárias são susceptíveis de ter problemas cardíacos. Contudo, os jovens são, actualmente, os que lideram as estatísticas dos pacientes com patologias cardíacas, facto resultante de hábitos de vida não saudáveis, tais como consumo de tabaco e álcool.

O Acidente Vascular Cerebral (AVC), a insuficiência cardíaca, o infarto e a hipertensão arterial – vulgarmente conhecida como tensão – são as principais doenças de fórum cardíaco, sendo esta última a principal causa de internamento no HCM.

“Há doentes internados por outras patologias que não são directamente ligadas à hipertensão arterial, mas arriscamos em dizer que a cada cinco indivíduos internados, provavelmente três, a doença que tem naquele momento é resultante de alguma patologia da hipertensão”, explicou Edson Jasse.

Durante uma visita ao HCM, “O País” encontrou António Zunguza, jovem de 23 anos, magro, fraco, sem equilíbrio e que mal conseguia falar. O motivo é que luta contra um problema no coração desde 2013, mas que se agravou este ano.

Há cinco meses que António frequenta o HCM, porque a sua saúde não melhora. Quando recebe alta médica, em menos de uma semana fica novamente hospitalizado.

António é ajudante de pedreiro e filho mais velho entre três irmãos. Hoje não pode mais exercer a sua actividade e não pode ajudar a sustentar a sua família porque está acamado.

A mãe, Maria Zefanias, sente na pele o sofrimento do filho. Passa dias no hospital e chora porque mesmo estando ao lado do filho, sabe que nada pode fazer para curar a doença de que padece.

“Eu vivo no hospital, desde que Antoninho foi internado. Os meus vizinhos ajudam a cuidar dos irmãos mais novos e tenho outra vizinha que trás comida para mim”, contou a mãe do jovem, banhada em lágrimas.

Ainda no HCM, “O País” conversou com Elías Mboana, de 57 anos. Ele está internado há duas semanas. Segundo contou, enfrenta a doença há dois anos, mas numa manhã de domingo acordou sem forças, não conseguia andar nem ir ao banho. Socorrido para o hospital, ficou internado.

“Disseram que o meu coração aumentou de tamanho e fiquei internado para controlo até que volte ao tamanho normal”, contou o paciente.
Falta de ar e dificuldades de respirar são problemas que levaram António Cardoso ao hospital. A situação agravou-se em Junho. Aliás, há mais de 30 anos que o paciente tem problemas cardíacos e, às vezes, fica pelo menos duas horas com crises e dificuldades de respiração.

A diabetes e a obesidade são os principais factores que concorrem para o agravamento das doenças cardíacas. Por isso é necessário tomar-se muita atenção, de acordo com o médico Edson Jasse.

Os problemas cardíacos podem ser evitados e para tal é necessário a prática de actividades físicas, a redução do consumo de sal, de gorduras, bebidas alcoólicas e eliminação por completo do consumo de tabaco, recomendou a fonte.

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