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HCB gera mais de 600 milhões de meticais para os cofres públicos

A Hidroelétrica de Cahora Bassa (HCB) gerou mais dinheiro (606.8 milhões de meticais), que o Corredor Logístico Integrado de Nacala (que gerou 434.3 milhões de meticais) no primeiro semestre deste ano.

No primeiro semestre de 2017, o maior contribuinte em termos de receitas das concessões, foi o Corredor Logístico Integrado de Nacala (CLIN) com cerca de 288.4 milhões de meticais, tendo a Hidroeléctrica de Cahora Bassa injectado cerca de 255.1 milhões de meticais para os cofres do Estado.

Mesmo tendo-se avolumado em termos numéricos, gerando pouco mais de 434.3 milhões de meticais (o que representa um peso de 31.1% para o global das receitas das concessões), nos primeiros seis meses deste ano o CLIN foi superada pela HCB, tornando-se assim, na empresa que mais contribui com receitas deste grupo para o Estado, de acordo com o balanço semestral de execução orçamental de 2018.

Depois das duas gigantes (HCB e o CLIN), segue-se o Corredor de Desenvolvimento do Norte (CDN), que contribuiu com pouco mais de 137.4 milhões de meticais, e a Maputo Port Development Company (MPDC) fecha o top-four, das grandes empresas que geram as maiores receitas de concessão para o Estado.

No global, comparando a igual período do ano transacto, “as receitas de concessões registaram um crescimento de 102 por cento em termos nominais, influenciado pelo crescimento do Corredor do Desenvolvimento do Norte, Hidroeléctrica de Cahora Bassa, Maputo Port Development Company e da Gestão de Terminais, com cifras entre os intervalos de 71,5% à 154,1%”, lê-se no balanço, consultado pelo O País.

Quanto as receitas de dividendo

As receitas canalizadas pelo grupo dos dividendos passaram de 432.3 milhões de meticais em 2017 para 517.6 milhões de meticais, nos primeiros seis meses deste ano.

Neste “estonteante” crescimento, o Banco Internacional de Moçambique (BIM), foi a empresa que mais dinheiro canalizou para os cofres do Estado, revela o documento que temos vindo a citar.

O BIM drenou para os cofres do Estado 202.7 milhões de meticais de Janeiro a Junho do ano passado, contra 317.7 milhões de meticais no igual período deste ano, equivalente a um peso de 61.4% da receita total dos dividendos.

Outra empresa a destacar neste crescimento é a Mozal. A empresa ficou na segunda posição, com um peso de 20 por cento. Recorda-se, que em 2010, esta multinacional da indústria do alumínio destacara-se pela negativa por não ter feito nenhuma canalização dos seus ganhos a tesouraria moçambicana.

As outras empresas que tiveram uma curva decrescente do seu contributo para economia do país, são a Companhia Moçambicana e Hidrocarbonetos (CMH) com um peso de 14 por cento, correspondente a 77.1 milhões de meticais e a Mozambique Community Network (MCNet) com um peso de 3.7 por cento correspondente a 19.3 milhões de meticais

Contribuição dos megaprojetos

A contribuição dos megaprojectos reduziu nos primeiros seis meses deste ano, se comparado com o período homólogo do ano passado. Em 2017, a contribuição era de 9.2%, tendo abrandando para 6.9%, entre Janeiro e Junho deste ano, revela o balanço da execução semestral do Orçamento do Estado.

A fonte explica que a redução foi maioritariamente influenciada, em parte, pela drástica queda da produção de energia que quedou de 2,261.9 milhões de meticais nos primeiros seis meses de 2017, para 1,627.8 de meticais no período homólogo deste ano.

Por outro lado, o sector de exploração de recursos minerais também decresceu, dos 2,792.6 milhões de meticais no primeiro semestre do ano passado, para 2,123.6 milhões de meticais no período homólogo de 2018. Este sector, assim como o da produção de energia, foram penalizados pela queda do preço do carvão no mercado internacional, refere o documento.

Recorde-se que em Março deste ano, a unidade de análise económica do Standard Bank considerou que um aumento significativo na taxa de crescimento da economia nacional só irá acontecer na próxima vaga de grandes investimentos no sector do gás natural.

As perspectivas surgem no relatório sobre os mercados financeiros africanos, no qual os analistas do Standard Bank escrevem que o cenário base do FMI coloca o crescimento do PIB bem abaixo de 3 por cento até 2022, "o que sugere que o Fundo não espera que a Decisão Final de Investimento (DFI) do projecto liderado pela Anadarko, a ser aprovada provavelmente no próximo ano, estimule significativamente a actividade económica até 2023".

Para o Standard Bank, a DFI tem o potencial de "melhorar o clima económico e acelerar o crescimento bem antes do início das exportações de gás natural líquido se forem tomadas medidas para lidar com as vulnerabilidades orçamentais".

Em qualquer dos casos, vincaram os analistas, "quaisquer impactos positivos dos investimentos em megaprojetos de gás em Moçambique só podem acontecer se houver uma estratégia clara de tirar o país do actual estado de dificuldades".

 

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