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Há fraca procura por produtos de páscoa na Cidade de Maputo

Foto: O país

Há fraco movimento nos mercados para a compra de produtos para o dia da páscoa e, este ano, alguns supermercados não estão a vender artigos relacionados com a efeméride. Já os clientes justificam o facto com elevado custo de vida.

A semana é santa, mas a sua santidade não se estende à procura por produtos para o dia da páscoa que é fraca nos mercados e lojas da Cidade de Maputo. “Não há muitas pessoas que vêm comprar. Eu acho que estão mais interessadas em ir à igreja, uma vez que hoje é Sexta-Feira Santa”, indicou Nora Tembe, vendedeira no mercado Malanga, na Cidade de Maputo, secundada por sua colega do Fajardo, Cristina: “O negócio não está a correr como devia ser. Não temos clientes e viemos aqui, apenas para sentar. Desde que arrumei a banca, não tive sequer uma quinhenta”.

No entanto, nem sempre foi assim. O ano de 2022, não obstante o relaxamento das medidas de prevenção, não deixa de ser atípico para o negócio. “Nos anos passados, nas sextas-feiras santas, o negócio andava e havia dinheiro, mas este ano não há dinheiro”, disse Regina Nhati, vendedeira na Malanga.

E não há dinheiro para um custo de vida que tende a subir a cada dia que passa. “No mês passado, por exemplo, um litro de óleo nacional vendia a 150 Meticais e, neste momento, está a 180, subiu em um mês, ou seja, um Metical por dia. As pessoas não podem aguentar. O salário não sobe, mas a vida está a tornar-se cara”, exemplificou Issufo, comerciante no Mercado Central de Maputo.

A vida torna-se cara, os produtos seguem a mesma tendência e as lojas vão abandonando o negócio dos artigos de páscoa. “Nesta época da páscoa, eu vendia artigos relacionados com a páscoa, nomeadamente, ovos da páscoa, amêndoas e outras coisas, mas este ano nem me preocupei em ter essas coisas, porque, no ano passado, não se vendeu e jogamos fora”, contou Issufo.

Ainda que o custo de vida esteja elevado, páscoa é páscoa e há que celebrar o momento que significa “perdão, compreensão. Sem perdão, não estaremos a fazer nada. A páscoa é perdão, paciência. A vida está cara, mas temos que viver”, declarou Mariana Mondlane, munícipe.

Ângela, confeiteira, foi ao mercado para comprar de que vai precisar para satisfazer os pedidos de clientes, mas não é só isso. “As pessoas encomendaram os bolos e esses dias são de muito negócio. Por coincidência, sou madrinha, então estarei na festa de baptismo”, revelou Ângela.

Com este fraco movimento, os mercados vão funcionar no horário normal. “O mercado vai funcionar normalmente. Vai fechar na hora habitual que é das 17h e aos sábados vai dar continuidade, domingo e até lá. Desde ontem, estamos a receber muitos produtos no mercado, porque a África do Sul vai fechar as fronteiras e, provavelmente, os carros podem voltar a entrar na quinta-feira. Então, quem quiser pode vir comprar e os produtos estão disponíveis a bom preço”, avançou Efraim Manhique, chefe do Mercado Fajardo, na Cidade de Maputo.

 

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