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Guiné-Bissau regista dramático declínio de liberdade

A Guiné-Bissau é o único dos países lusófonos que integra a lista dos 29 Estados de todo o mundo que registaram um "dramático declínio de liberdade" nos últimos dez anos, segundo a Organização Não-Governamental (ONG) Freedom House, escreve o Notícias ao Minuto.

No seu relatório anual sobre direitos políticos e liberdades civis no mundo, hoje divulgado, a ONG não desenvolve mais esta referência à Guiné-Bissau, limitando-se a colocar o país, que classifica como "parcialmente livre", a par de outros cujo índice de liberdade sofreu igual recuo, como Eritreia, Quénia, Koweit, Síria e Liechtenstein.

Outros países lusófonos, como Moçambique considerado pela Freedom House como "parcialmente livre", Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, não mereceram destaque no relatório, sobretudo centrado na crise da democracia a nível global.

No documento, intitulado "Freedom in the World 2018: Democracy in Crisis" ("Liberdade no Mundo 2018: A Democracia em Crise") sublinha-se que "a democracia está sob ataque e a recuar em todo o mundo", numa crise que se intensificou com "a erosão, a ritmo acelerado, dos padrões democráticos dos Estados Unidos da América".
Para o presidente da Freedom House, Michael J.

Abramowitz, "a democracia enfrenta a sua mais grave crise em décadas", com os seus princípios básicos entre os quais a garantia de eleições livres e justas, os direitos das minorias, a liberdade de imprensa e o Estado de direito sob ataque em todo o mundo.

O estudo refere como "a China e a Rússia aproveitaram o recuo das maiores democracias não só para aumentar a repressão a nível interno, como para exportar a sua influência maligna para outros países".

Um grande desenvolvimento em 2017 foi, segundo o relatório, "o recuo dos Estados Unidos como defensor e como exemplo de democracia".

"As principais instituições da democracia norte-americana estão a ser maltratadas por uma Administração que tem tratado a tradicional separação de poderes do país com desdém", declarou Abramowitz.

Noutro "desenvolvimento significativo", a Turquia passou do grupo dos países "parcialmente livres" para o dos "não livres" quando o Presidente, Recep Tayyip Erdogan, "alargou e intensificou a perseguição aos seus alegados opositores, iniciada após uma tentativa falhada de golpe de Estado em Julho de 2016, com consequências extremas para os cidadãos turcos", indica o relatório.

De acordo com a ONG, no período de 12 anos desde que o recuo de liberdade começou, em 2006, foram 113 os países que assistiram a um claro declínio dos direitos políticos e liberdades civis, e só 62 registaram um claro aumento.

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