O País – A verdade como notícia

Governo limita emissão de licenças para pesca de capenta

A Direcção Provincial do Mar, Águas Interiores e Pescas de Tete vai limitar a emissão de licenças para a pesca de capenta na albufeira de Cahora Bassa, uma medida que visa evitar a sua extinção.

O director nacional das operações, Leonid Santana Chimarizene, explicou, citado pela AIM, que o facto deve-se ao elevado número de pedidos de licenças dos proprietários de embarcações que pescavam ilegalmente a capenta.

“Neste momento, está em processo o licenciamento de apenas 50 embarcações, que se juntarão a outras 250 licenciadas, o que vai totalizar 300, número que não pode ser ultrapassado, para evitar a delapidação de capenta”, explicou Chimarizene em conferência de imprensa, na cidade de Tete.

Segundo a fonte, a maior procura de licenças deve-se à intensificação das campanhas de fiscalização na albufeira de Cahora Bassa, contra os pescadores ilegais de capenta.

“Há concorrência desleal na albufeira de Cahora Bassa, porque os pescadores ilegais tiram maior proveito em detrimento dos legais, que pagam impostos para os cofres do Estado”, disse.

Afirmou que a captura de capenta é uma pescaria fechada, por isso há limitação do número de embarcações que deve operar na albufeira de Cahora Bassa.

“Não estamos a proibir as empresas de pescarem. O que estamos a fazer é garantir uma gestão sustentável deste recurso que se chama capenta, para que as futuras gerações usufruam desta espécie, porque se autorizarmos toda a gente capturar a capenta, estaremos a autorizar a sua eliminação”, explicou.

Chimarizene disse que os pescadores ilegais já foram notificados sobre o assunto, razão pela qual devem apostar noutro tipo de actividade na albufeira, citando como exemplo a aquacultura.

“Esta actividade também é rentável. Pode muito bem garantir a sustentabilidade das famílias, isso é o que as pessoas devem perceber para evitarmos esgotar o recurso que toda a gente quer pescar”, referiu.

Segundo a fonte, o trabalho de fiscalização resultou na identificação de 92 embarcações que pescavam a capenta ilegalmente. Destas, 50 é que serão autorizadas a exercer a actividade, cujo processo já se encontra numa fase muito avançada.

“As restantes terão que fazer outro tipo de actividade, porque o estudo feito concluiu que só 250 embarcações podem garantir a sustentabilidade da albufeira de Cahora Bassa. Se estamos a licenciar as outras 50 são o máximo que podemos fazer, um número que já não se pode exceder, porque estaríamos a prejudicar as futuras gerações”, frisou Chimarizene.

Esclareceu que os estrangeiros não estão directamente envolvidos na pescaria de capenta, pois são apenas compradores. A maioria são cidadãos congoleses, tanzanianos, zambianos e zimbabweanos.

 

 

 

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos