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Governo e parceiros garantem educação às crianças de Cabo Delgado

A ministra de Educação e Desenvolvimento Humano, Carmelita Namashulua, o embaixador da União Europeia em Moçambique, António Sánchez-Benedito Gaspar, e a representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) em Moçambique, Maria Fornara, reafirmaram hoje, na cidade de Pemba, o compromisso de assegurar a continuidade de uma aprendizagem condigna e segura para as crianças de Cabo Delgado.

O compromisso foi feito durante a visita conjunta a Cabo Delgado, onde se fez a entrega de uma escola reabilitada, no âmbito do projecto “Reforço da resiliência através da educação e envolvimento dos jovens em escolas afectadas por ciclones”, implementado pelo UNICEF e UN-HABITAT, nas províncias de Cabo Delgado, Sofala e Manica, com o apoio da União Europeia, em parceria com o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano.

Trata-se, no total, de 223 salas de aula, 39 blocos administrativos, 78 blocos sanitários sensíveis ao género e 52 casas para professores em 39 escolas, recuperadas com a participação da comunidade local e membros dos conselhos de escola.

O objectivo é melhorar as infra-estruturas educacionais e aumentar a resiliência das comunidades através da reabilitação e reconstrução resiliente de escolas inclusivas.

“Nos últimos anos, o nosso país tem sido afectado por diversas calamidades que se opõem aos esforços que temos vindo a realizar para a criação de condições básicas, visando o bem-estar das nossas populações, por isso, apesar dos esforços do Governo, até hoje temos uma necessidade de 2.222 salas de aula e cerca de 30.000 carteiras. Por isso, renovamos apelos para que apoios do género continuem a ser feitos. A escola cuja inauguração testemunhamos hoje teve o financiamento da União Europeia em coordenação com o UNICEF. Assim, queremos em nome das crianças agradecer a todos os parceiros que nos têm apoiado”, disse Namashulua.

Com a passagem em Moçambique dos ciclones Idai e Kenneth, em 2019, mais de quatro mil salas de aula foram destruídas, prejudicando a mais de 383.209 alunos nas províncias de Sofala, Manica, Zambézia, Inhambane, Tete, Nampula e Cabo Delgado. A província de Cabo Delgado, em particular, enfrenta diversos desafios associados à insegurança – as comunidades dos distritos do Norte e Centro da província foram afectadas, incluindo o sector da educação que viu destruídas 104 salas de aulas em 46 escolas primárias, afectando perto de 55 mil alunos e mais de 1.800 professores. Muitas escolas continuam encerradas e a aprendizagem das crianças comprometida.

“A União Europeia aposta na educação como um veículo de inclusão, desenvolvimento e promoção de paz e estabilidade em Moçambique. Estou muito satisfeito em ver os resultados destes investimentos, em colaboração com as agências das Nações Unidas, o que irá permitir o acesso ao ensino e o aumento da resiliência de alunas e alunos e comunidades vítimas de múltiplas crises. Desta forma, protegemos também as meninas e meninos afectados por desastres naturais e conflitos humanos, através da promoção de um ensino de qualidade”, afirmou António Gaspar.

Por seu turno, a representante do UNICEF disse que “num contexto em que as crianças de Cabo Delgado têm sofrido uma tripla crise, nomeadamente os ciclones massivos de 2019, a pandemia da COVID-19 e a crise humanitária, aplaudimos este nosso compromisso conjunto. Por causa dessas crises, muitas crianças perderam a oportunidade de estudar durante mais de dois anos. A educação é a base da vida das crianças e da sociedade e, para isso, é importante garantir-se um espaço seguro de aprendizagem”, concluiu.

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