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Governo e CTA pretendem tornar Baixa da capital em destino turístico 

O governo e o sector privado estão a desenhar estratégias para tornar a zona da baixa da cidade de Maputo, na capital moçambicana, em destino turístico de referência internacional, capaz de concorrer com outros da região da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e do mundo.

Aliás, o turismo constitui um dos pilares da estratégia do governo para o desenvolvimento de Moçambique.

Para o efeito, pretende-se definir a baixa da cidade de Maputo como local prioritário e estratégico, onde deverão ser concentrados esforços, através da criação das condições necessárias para o desenvolvimento de um turismo sustentável.

A materialização do projecto passa pela execução de uma série de obras que concorram para a melhoria das condições de recepção de turistas. 

Em média, Maputo recebe anualmente 40 mil turistas, a maioria dos quais escalam através de cruzeiros. Cada vez que um cruzeiro atraca no Porto de Maputo são cerca de 1.200 turistas que visitam a cidade.

Todavia, a cidade não oferece condições adequadas para a prestação de serviços diversos aos turistas, tal como afirmou esta sexta-feira à imprensa o presidente do pelouro de Turismo na Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), João das Neves. 

“É preciso criar condições para que o turismo aconteça de forma eficiente. Queremos que possam ser criadas condições de higiene, saúde, segurança, transporte, para que o turista, pelo menos aqui, possa, de facto, usufruir de turismo de qualidade e que isso traga mais-valias para as empresas que aqui estão; para o Estado, através dos impostos e para a reputação de Moçambique como destino turístico”, disse Das Neves a margem de um seminário sobre turismo havido hoje em Maputo.

No Porto de Maputo já estão a ser desenvolvidas acções concretas para melhorar a recepção de turistas e promoção da actividade, tais como um terminal de passageiros, acabado de construir, que vai receber os turistas do primeiro cruzeiro desta época, que deverá escalar a capital a 22 de Novembro próximo. 

Destaca-se também o projecto para a construção da Galeria do Porto, que vai incluir uma galeria de arte, museu e espaço para eventos culturais. A construção inicia já este mês, segundo a representante da Companhia do Desenvolvimento do Porto de Maputo (MPDC), Soraia Abdula. 
A mesma fonte anunciou que já foi projectada a reabilitação do edifício localizado na esquina entre a Rua Bagamoyo e a Rua da Mesquita, para transformá-lo num clube de Jazz. O mesmo resulta de uma proposta apresentada pelo músico moçambicano de Jazz, Moreira Chonguiça e será o primeiro clube do género em Moçambique.

“Pensámos que não faria sentido os turistas saírem e sem ter uma experiência positiva à chegada ao Porto e depois terem uma experiência menos positiva à saída do Porto, porque a zona está muito degradada. Temos de trabalhar juntos com o município, a CTA e uma série de parceiros para reabilitar toda a zona da cintura portuária, desde o Porto de Pesca até a zona da Praça dos Trabalhadores”, explicou.

A fonte disse que os investimentos realizados até agora estão orçados em cerca de cinco milhões de dólares. 

Dados avançados pela directora Nacional do Turismo, Maria Romero, indicam que Moçambique arrecadou pelo menos 130 milhões de dólares em receitas de turismo, em 2017. É um número baixo para o que se pretende. Entretanto, representa um crescimento, comparativamente ao ano anterior, quando foram registados 106 milhões de dólares.

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