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Gaza e Inhambane lideram estatística de abortos clandestinos

Foto: O País

As autoridades de saúde revelam que há mais mulheres que procuram pelos serviços de saúde para o aborto seguro, apesar de estar a aumentar o número daquelas que praticam o inseguro, principalmente nas províncias de Gaza e Inhambane. Vânia Benzane, responsável nacional da Saúde Materna, no Ministério da Saúde, diz que o facto se deve à massificação da informação, nas comunidades, sobre o risco do aborto inseguro.

Passam três anos e meio desde que começou a implementação do aborto seguro nos Serviços Nacionais de Saúde. Durante este período, entre 2018 e 2021, aumentou, em cerca de 40%, o número de mulheres que buscam atendimento nas unidades sanitárias para o aborto.

São avanços que, de acordo com a responsável nacional de Saúde Materna, no Ministério da Saúde, Vânia Benzane, resultam da implementação do programa “Aborto Seguro” e da lei 35/2014 sobre a despenalização dos abortos, que permitem a realização de abortos seguros e gratuitos nos hospitais.

“Tivemos uma redução bastante significativa de casos de abortos clandestinos e, principalmente, de complicações obstétricas. Apareciam muitas jovens e adolescentes com perfurações no útero, infecções por causa do aborto inseguro que faziam nas comunidades”, revelou a responsável.

Apesar desta redução, uma em cada quatro mortes, em mulheres com idades compreendidas dos 15 aos 19 anos, estão relacionadas com o aborto clandestino, principalmente nas províncias de Inhambane e Gaza.

Preocupado com o facto, o Ministério da Saúde argumenta que “ainda temos muito tabu nas famílias e, principalmente, nas comunidades, porque quem procura mais esses serviços são jovens e adolescentes, mas elas também têm receio. A informação foi divulgada, mas muitas mulheres não sabem que, a nível do Sistema Nacional de Saúde, o aborto é gratuito”.

Para a maximização de informação, o Ministério da Saúde conta o apoio do Centro Internacional para Saúde. “Vamos continuar a apoiar para que mais mulheres tenham acesso a esses serviços e, assim, evitar mortes por causas relacionadas à gravidez”, garantiu Málica de Melo, responsável do Centro Internacional para Saúde.

A informação foi partilhada no âmbito das comemorações do Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher, que se assinala a 28 de Maio em curso, sob o lema: “Quebre o Preconceito! Imagina um Mundo com Igualdade de Género, Livre de Preconceitos, Discriminação e com Valorização da Saúde da Mulher”.

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