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Gás do Rovuma vai atrair cerca de USD 60 biliões

Trata-se do dinheiro que será gasto na construção de plataformas e outras infra-estruturas de apoio para a produção de gás natural liquefeito (LNG, na sigla em inglês) nas áreas 1 e 4 da bacia do Rovuma. Os dados foram revelados por Omar Mithá, PCA da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), na palestra que marcou a celebração dos 13 anos do jornal O País.

Neste momento, o consórcio liderado pela italiana Eni está a investir oito mil milhões no projecto “Coral Sul” na Área 4, cuja decisão final de investimento saiu em 2017. Para este projecto, a ENH, braço do Estado nos projectos de exploração de hidrocarbonetos, deverá pagar 800 milhões de dólares para realizar a sua participação de 10%. Ainda na Área 4, a norte-americana Exxon Mobil, cotada como a maior petrolífera do mundo, está a desenhar o projecto tecnológico e financeiro para o complexo “Mamba”, que vai consistir em duas unidades de liquefacção de gás em terra (onshore). Para este projecto, os concessionários ainda não tomaram a decisão final de investimento, mas as projecções de investimento apontam para mais de 25 mil milhões de dólares. O elevado custo de investimento tem que ver com as quantidades de gás existentes no complexo “Mamba”, avaliadas em 50 biliões de pés cúbicos.

Sobre este projecto, o governo disse na Assembleia da República, há duas semanas, que esperava iniciar as discussões sobre o plano de desenvolvimento com a Exxon Mobil ainda este ano, e que a tomada da decisão final de investimento ocorra em 2019.

Sobre a Área 1, Omar Mithá fez saber que a decisão final de investimento deverá ser tomada em finais do ano ou princípio de 2019, depois da aprovação, em Janeiro, do plano de desenvolvimento pelo Conselho de Ministros. Operado pela norte-americana Anadarko, este projecto será desenvolvido em terra firme, onde serão construídos duas fábricas de LNG com capacidade para produzir 12 milhões de toneladas de gás por ano.

Os concessionários deverão investir cerca de 25 mil milhões de dólares, e o PCA garante que o projecto está bem encaminhado, com expectativa de contratos de venda a médio e a longo prazo acima dos milhões de toneladas por ano.

“Estamos a falar de investimentos de mais de 50 mil milhões de dólares, além dos oito mil milhões de dólares já aprovados para o projecto Coral Sul. São projectos sem precedentes em toda a África subsahariana. São projectos de transformação estrutural”, descreveu o PCA da ENH, acrescentando que o uso do gás doméstico para o desenvolvimento da indústria química vai resultar em mais investimentos em Palma, o distrito que acolhe os projectos de gás do Rovuma.

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