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Fórum debate necessidade de produção de peças a nível local para fornecer à indústria

Teve lugar nesta quinta-feira o primeiro Fórum Industrial através de plataformas digitais com o tema Fabrico Local de Peças para a Indústria, organizado pela Fundação Soico (FUNDASO) e pela Associação Industrial de Moçambique (AIMO), com parceria da Mozal e da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO).

O presidente da Associação Industrial de Moçambique (AIMO), Rogério Samo Gudo, defendeu durante o evento a necessidade de o país produzir peças para fornecer as grandes indústrias que operam no país. No seu entender, se Moçambique produzir peças, vai passar a ser autosustentável.

“Torna-se mais evidente a importância de nós produzirmos peças aqui em Moçambique. Produzir peças é o primeiro passo. A produção de peças vai permitir a reengenharia, as modificações no equipamento para torna-las mais eficientes e isso é um grande passo para nós começarmos a produzir equipamentos em Moçambique”, considera Rogério Samo Gudo.

Só para ter ideia, cerca de metade das peças que a Mozal necessita podem ser fornecidas por indústrias locais, segundo revelou hoje o director de engenharia da empresa, Chimombo Chade. Caso as peças sejam compradas no país, o mega projecto pode reduzir os seus custos em 20 por cento, já que muitas delas são importadas.

“A Mozal tem cerca de seis mil peças de reposição, entre vários tipos, como montagens mecânicas, peças reparáveis, peças de reposição e nós achamos que metade dessas peças, talvez cerca de 2500, podem ser solucionadas pelo projecto. É claro que há peças que pela sua criticidade e complexidade podem não ser elegíveis para este projecto”, revelou o director Chimombo Chade.

Para fornecer peças àquele megaprojecto, há requisitos a serem observados, segundo explica o director de Manutenção da Mozal, José Novais.

“Olhando para o projecto, há uma necessidade de ter as empresas acreditadas nas certificações da parte ferramental, certificações de calibração. Em todo o fabrico de peças vai ser necessário aferir as dimensões, para isso tem de ser feito dentro de um instrumento aceite. É necessário que as empresas tenham certificação na sua instrumentação e na parte ferramental”, avisou José Novais.

Jaime Comiche, representante em Moçambique da Organização das Nações Unidas (UNIDO) para o Desenvolvimento Industrial, moderador do evento, fez breves comentários sobre a situação industrial, tendo destacado que a produção de peças é um passo importante para a industrialização.

“A indústria nacional ainda é dominada pela baixa incorporação de tecnologia e nós queremos ultrapassar isso e uma iniciativa como esta da Mozal vai seguramente ajudar a darmos o primeiro passo para fazermos esse salto e nos alinharmos com o novo paradigma da industrialização”, disse Jaime Comiche.

Intervindo no fórum, o director nacional da indústria, Sidónio dos Santos, louvou a iniciativa, porque segundo ele, vai trazer várias contribuições para a melhor implementação da Política e Estratégia Industrial do país.

O fórum que debate o futuro da indústria moçambicana passará a ser realizado todas as primeiras quartas-feiras do mês, até Novembro próximo.

 

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