O País – A verdade como notícia

“Fiscalização rodoviária não deve perturbar turistas”

Uma semana depois da suspensão de todo efectivo de agentes que trabalhava na zona turística da Ponta d´Ouro por suspeitas de extorsão a turistas estrangeiros, o ministro do Interior defendeu ontem que a actuação da Polícia não deve perturbar o normal fluxo de turistas.

Basílio Monteiro não mencionou o caso da Ponta d´Ouro, mas disse que o ministério tem registado muitas reclamações de turistas estrangeiros, que se queixam de excessivas interpelações ao longo das estradas, maus tratos e extorsão de dinheiro. São práticas que, em algumas ocasiões, são filmadas pelas vítimas e difundidas nas redes sociais, colocando uma mancha não só na actuação da Polícia como também no próprio sector do turismo.

Aliás, o ministro do Interior fez questão de lembrar aos oficiais da Polícia que o governo elegeu o turismo como uma das áreas prioritárias para o desenvolvimento do país. “Neste sentido, cabe-vos a missão de pôr cobro a estas acções repugnantes, repensando estratégias de policiamento e fiscalização rodoviária que não perturbem o normal fluxo do turismo, sem, contudo, negligenciar a segurança que pretendemos nas vias públicas”, defendeu Basílio Monteiro, após conferir posse a novos quadros do Comando-geral e dos comandos provinciais da Polícia, bem como da Migração.

O ministro do Interior chamou atenção aos funcionários da Migração no sentido de melhorarem o atendimento nas fronteiras, sublinhando que os “visitantes merecem ser tratados com respeito, no quadro das políticas e leis migratórias em vigor”.

E porque a cerimónia teve lugar numa altura em que decorre o quarto recenseamento geral da população e habitação, Basílio Monteiro aproveitou a ocasião para apelar à Polícia no sentido de garantir a segurança necessária. O ministro apelou, igualmente, à corporação a preparar estratégias para que as quintas eleições autárquicas de 2018 decorram dentro da normalidade. Aliás, Monteiro não tem dúvidas de que a escolha livre dos cidadãos só pode ocorrer se a Polícia for capaz de garantir a ordem e segurança pública como pressupostos para o exercício dos direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos.

Aos quadros empossados em várias funções, o ministro do Interior disse que espera ver reforçados os mecanismos de planificação operativa e de gestão de forças e meios, incluindo o reforço da comunicação com as comunidades. O governante alertou os empossados que, nas novas funções, não faltarão dificuldades, mas fez notar que a sua experiência poderá ajudar a superar obstáculos. “É neste quadro que devem centrar a vossa acção de acompanhamento e monitoria dos planos traçados, combatendo de forma vigorosa a improvisação, o absentismo, o uso indevido dos meios de trabalho. No mesmo sentido, esperamos de vós um controlo cerrado da conduta dos membros, exercendo tolerância zero à indisciplina e à corrupção, males que põem em causa a imagem da corporação, do ministério e do Estado”.

Basílio Monteiro reiterou que a má actuação de alguns agentes não mancha apenas a imagem da Polícia, mas também do ministério e do todo o país e que os turistas estrangeiros devem ser tratados com todo o respeito.

Empossados novos dirigentes

O ministro do Interior falava, ontem, na cerimónia de empossamento de novos quadros da Polícia, nomeadamente os comandantes provinciais da Polícia de Maputo, Júlio Amaral Bonicela; de Gaza, Feliciano Chongo; e do Niassa, Aquilasse Manda. Tomaram ainda posse o comandante da Unidade de Protecção de Altas Individualidades, Benigno Jonasse; o comandante adjunto da Polícia de Fronteiras, Raul Ossufo Omar; e o comandante adjunto da Polícia de Ordem e Segurança Públicas, Zito José Maconha. O ministro empossou ainda dois quadros que não fazem parte da corporação, nomeadamente, Simião Pedro Macave, director de Informação Interna no Serviço Nacional da Migração; e Maria das Dores Francisco, chefe do departamento central de prestações sociais.

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos