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Filipe Nyusi confia e dá apoio total a Rogério Zandamela

O Presidente da República mantém confiança na administração do Banco de Moçambique e garante-lhe apoio nas reformas que está a fazer no sistema financeiro nacional.

“Não se perdeu confiança com a direcção do Banco de Moçambique” estas foram as palavras iniciais do Presidente da República quando questionámo-lo sobre a crise registada semana passada no sistema de pagamentos electrónicos, durante a conferência de imprensa que concedeu a jornalistas no final da visita de Estado que efectuou ao Quênia desde a passada Quarta-Feira.

Para além da confiança, o Chefe de Estado garantiu ainda total apoio à administração liderada por Rogério Zandamela que um grupo de Organizações da Sociedade Civil emitiu um comunicado a pedir a sua demissão do cargo de Governador do Banco Central, “vamos continuar a colaborar, a incentivar o nosso regulador que é o Banco Central a continuar a trabalhar naturalmente e dando possibilidade para que a economia flua normalmente e sem nenhum transtorno” disse Nyusi.

Quanto ao “blackout” registado na semana passada, o Presidente da República explicou-a nos seguintes termos “nós temos que ter hábito de que algumas coisas quando fazemos de uma maneira, quando chega o momento de fazermos de outra maneira não devemos ter tendências de resistir e temos que ter frieza para que quando há um problema assumirmos esse problema para podermos resolver e não ficar em pânico ou procurar esta ou aquela explicação. O banco está a fazer a sua parte, regular as coisas, cabe a nós fazermos a nossa parte” disse.

Por outro lado o Chefe de Estado coloca-se aberto a pressões de todo o tipo mas sempre na perspectiva de ver o desempenho a melhorar “é verdade que a pressão sobre qualquer instituição é necessária quando as coisas não estão bem, ou quando devem evoluir. Mas também o apagão não foi resultado do mau funcionamento da direcção do banco, foi porque o sistema existia de uma forma e tinha que passar a ser de uma outra forma, o que estamos a fazer é encontrar, junto com o banco, soluções imediatas como já foi, mas também definitivas. Nós temos que defender a nossa soberania, é extremamente importante, e uma das formas é a nossa moeda, é como o nosso movimento económico funciona. Não podemos ficar reféns de um processo. E acredito que não houve má vontade nem da banca nem do outro, exactamente foi na tentativa de colocar as coisas dentro da linha” explicou Nyusi que falava no balanço da visita que efectuou ao Quénia desde a passada Quarta-feira e que hoje terminou.

O Chefe de Estado considera que a sua ida ao Quênia foi positiva pois é sempre bom colher experiências de países que têm economias mais avançadas e que se encontram praticamente na mesma região que a nossa. Filipe Nyusi diz ter colhido boas experiências na plantação de flores que visitou, na fábrica de leite, na área de conservação e sobretudo na gestão do Porto de Mombasa.

A realização da primeira reunião da Comissão Permanente Conjunto foi um marco histórico e nessa reunião foram postas em marcha algumas decisões que haviam sido tomadas aquando da visita do Presidente queniano a Maputo em Março deste ano com especial destaque para a abolição de vistos em passaportes ordinários oriundos dos dois países, a análise da extinção da dupla tributação e o incremento de negócios com a venda de açúcar, carvão mineral e gás natural que Quênia pretende adquirir de Moçambique.

Igualmente foi aberta a possibilidade de Quênia apoiar Moçambique na formação de pilotos da aviação civil bem como noutras áreas de interesse do nosso país. Mas também a possibilidade de Moçambique passar a usar o porto de Mombasa para exportar diversos produtos para países como Uganda, Ruanda e Sudão.
Moçambique firme na protecção do mar.

Ontem, último dia da sua estadia no Quênia o Chefe de Estado participou da conferência sobre a Sustentabilidade da Economia Azul, na qual participaram outros estadistas como de Quênia, Uganda, Somália, Seychelles, Tanzânia, Namíbia entre outros países representantes por ministros e outros governantes.

No seu discurso o Chefe de Estado falou das acções levadas a cabo pelo seu governo para proteger o oceano, os rios e lagos e citou por exemplo a criação do Ministério do Mar, Águas Interiores e Pescas e a elaboração da Política e Estratégia do mar. Para além de medidas como promoção da aquacultura para reduzir a pressão sobre os recursos pesqueiros, o combate à devastação de mangais e o respectivo replantio, a protecção de espécies marinhas como o dugongo, a baleia, o golfinho, a raia-manta, o tubarão entre outros na costa moçambicana para além de sensibilização para evitar a poluição das águas com plásticos e outros tipo de lixo tóxico.

Filipe Nyusi reafirmou por outro lado o compromisso do seu Governo em trabalhar lado-a-lado com outras nações do mundo para garantir que os oceanos sejam explorados de forma sustentável porque deles mais de 60% dos moçambicanos dependem dele para sobreviverem.

E aproveitou a ocasião para convidar os participantes da conferência de Nairobi para também se fazerem presentes em Maio do próximo ano em Maputo na conferência sobre a Economia Azul que o Governo moçambicano vai realizar em parceria com o Governo do Reino da Noruega.

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