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Federações querem Vila Olímpica como centro de estágio dos atletas

As federações nacionais das modalidades de alto rendimento defendem que a melhor forma de controlar os atletas que estão a se preparar para os Jogos Olímpicos é juntá-los todos no mesmo local.

Esta proposta foi levantada durante o encontro que tiveram com o Comité Olímpico de Moçambique para estudar as modalidades do início dos treinos.

O presidente da República, Filipe Nyusi, relaxou, na sexta-feira passada, as medidas de prevenção para as atletas de alto rendimento poderem regressar aos treinos, com vista a sua participação nos Jogos Olímpicos de Tóquio, bem como para aquelas que procuram mínimos para a sua participação nesta competição planetária, que terá lugar próximo ano.

Os atletas e federações agradeceram o gesto do chefe do estado e já tem as setas apontadas para o início dos treinos. 

Mas o Comité Olímpico de Moçambique prefere que este início dos treinos seja feito com muita cautela, por forma a evitar que haja propagação da contaminação da pandemia e os próprios atletas sejam contaminados. Foi dai que esta terça-feira reuniu as federações para estudarem em conjunto as melhores medidas a tomar para um retorno aos treinos sem contratempos, convista a participação dos atletas nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021.

Até porque algumas federações já tem propostas de como iniciar com os trabalhos, mesmo antes de entrarem para a fase de contacto físico ou mesmo em actividades sem distanciamento social. O boxe, por exemplo, apesar de ser uma modalidade de contacto, há etapas para se chegar a essa fase, segundo disse Lucas Sinóia, seleccionador nacional de boxe feminino. “Nós vamos seguir as regras de não contacto para manter os atletas saudáveis e quando chegar o momento do contacto físico, vamos fazer. Por ora estamos a fazer a preparação física e das posições de combate, para além da parte psicológica”, disse Lucas Sinóia.

Na praia também não há diferença. “Uma das questões importantes é a precaução e a segurança no local do treino”, disse Pelágio Pascoal, Secretário-geral da Federação Moçambicana de Voleibol, que diz mesmo que a maior preocupação de todas é a segurança em termos de trajecto casa-local do treino-casa, por forma a garantir que os atletas não sejam infectados durante esse percurso.

Para as atletas de vela e canoagem os treinos iniciaram e nesta segunda-feira estiveram a receber informações sobre como devem agir e as regras que deverão seguir. “Todos os locais de treinamento devem estar higienizados porque para nós é importante que o corona não chegue ao local de treinamento dos atletas”

Mas a maior proposta de todas é de usar a vila olímpica como centro de estágio para um melhor controlo, bem como para melhor avaliação do rendimento dos atletas.

Lucas Sinoia diz que seria mais fácil controlar os atletas estando no mesmo local e que era uma proposta colocada antes mesmo do início da COVID-19.

O Secretário-geral da Federação Moçambicana de Voleibol, Pelágio Pascoal, diz que uma das medidas seria subsidiar os atletas para terem melhores condições de seguir o trajecto em segurança, mas caso não “arranjar-se uma forma de concentrar os atletas num único ponto, para que o controlo seja rígido, uma vez que vamos saber de onde é que os atletas saem, fazem um trajecto conjunto, ou numa hora específica para os locais de treinos e vice-versa e assim as questões de segurança vão estar acauteladas”.

Pascoal fala da Vila Olímpica como local ideal para essa concentração dos atletas, mesmo não conhecendo o estágio actual das casas.

Vila Olímpica é também defendida pelo presidente da Federação Moçambicana de Vela e Canoagem, Hélio da Rosa, que considera que é um local já conhecido pelos atletas, uma vez que estiveram naquele espaço durante os Jogos Africanos de 2011, embora a realizada actual possa ser outra.

Mas da Rosa está seguro que todos atletas no mesmo local seria mais fácil controlar a sua rotina. “Se continuarmos a ter atletas dispersos será complicado geri-los, uma vez que alguns deles apanham chapa durante o percurso que fazem das suas casas até ao local de treinamento podem ser infectados pelo coronavírus”, alega Hélio da Rosa.

A ideia do centro de estágio é comungada pelo gabinete médico do Comité Olímpico de Moçambique que considera ainda que há necessidade de cumprimento das recomendações.

De acordo com Carolina Araújo, do gabinete médico do Comité Olímpico de Moçambique, o encontro serviu mesmo para juntos das federações elaborar-se um protocolo de treinamento, com regras rígidas para salvaguardar a saúde dos atletas, dos seus treinadores e de todos os componentes dos treinos desses atletas qualificados aos Jogos olímpicos. Esta defende que do ponto de vista médico seria mais fácil controlar os atletas se estes estivessem juntos. “Fazes testes aos atletas e treinadores e se eles estiverem todos num centro de estágio vais ter sempre os médicos e pessoal de saúde lá para cuidar da saúde deles”, disse Carolina Araújo que esteve a liderar o encontro desta segunda-feira, juntamente com o Secretário-geral do Comité Olímpico de Moçambique, Penalva César.

Para já, os atletas do alto rendimento já começaram com os treinos com vista a participação nos Jogos olímpicos de Tóquio.

 

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