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Faltam meios para atendimento de doentes com Coronavírus na Beira 

Os bancos e as paragens de transporte semi-colectivo de passageiros continuam a registar aglomeração na cidade da Beira, província de Sofala. A situação acontece numa altura em que as autoridades de saúde já se queixam da escassez de ventiladores para assistir aos internados devido à doença.

Filas enormes, com gente a não obedecer o distanciamento físico de pelo menos dois metros, conforme a recomendação do Governo, é o que “O País” presenciou num dos bancos comerciais da cidade da Beira. Os clientes reconheceram o perigo de estarem aglomerados, mas alegaram que parte da culpa é dos gestores das instituições bancárias.

“Não é possível acabar com as filas nos bancos com balcões sem profissionais suficientes para atender aos clientes. Enquanto os gestores não respeitarem os clientes, vamos assistir a esse tipo de situações. As pessoas não estão aqui [no banco] porque gostam, mas sim porque não têm outras soluções” para os problemas que os levam aos bancos, disse António Caetano, cliente.

Outro cenário de aglomeração verificou-se numa operadora de telefonia móvel, em resultado de uma promoção. “Não há marcadores para o distanciamento entre as pessoas”, revelou um munícipe.

As aglomerações repetem-se um pouco pela cidade. A situação acontece numa altura em que a província de Sofala conta com 1.771 infecções activas num total de 2.409. Catorze pessoas já morreram por Coronavírus.

Nesta quarta-feira, por exemplo, dos 951 indivíduos testaram positivo para COVID-19, maior número é de Sofala (269), superando a cidade de Maputo (251).

As autoridades de saúde já se ressentem da falta de equipamento de combate e tratamento da doença.

“Continuamos com escassez de monitores e ventiladores devido ao número crescente de infecções. Havia-se feito um investimento para um determinado número de pacientes, mas a situação está a mudar. Temos ainda o desafio do equipamento de protecção individual dos profissionais, principalmente para os casos de internamento”, retratou Priscila Filimone, chefe dos Serviços Provinciais de Saúde de Sofala.

Por seu turno, a secretária de Estado da província de Sofala,  Stela Novo Zeca, reiterou a necessidade de a população obedecer às recomendações das autoridades de saúde, para não pressionar o Sistema Nacional de Saúde.

“Precisamos apoiar os nossos profissionais de saúde que já se encontram pressionados. Os números de contaminações são assustadores. E a forma de apoiar é mesmo obedecendo as recomendações das autoridades de saúde”, aconselhou Stela Novo Zeca.

Até terça-feira, a COVID-19 já havia infectado 101 profissionais de saúde da província de Sofala, sendo que 24 ainda continuam com a doença.

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