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Falta de fundos pode comprometer reposição do mangal em Cabo Delgado

O projecto de reposição do mangal destruído no distrito de Mecúfi, no centro da província de Cabo Delgado, está em risco de ser paralisado devido à alegada falta de fundos para a sua continuidade.

A iniciativa que está a ser implementada pelo Centro de Pesquisa do Ambiente Marinho e Costeiro, contava com apoio de parceiros, mas por várias razões deixaram de desembolsar os fundos e a disponibilizar meios materiais para a recuperação do mangal.

“Tínhamos parceiros que estavam a ajudar em questões de valores monetários, como a Associação para Meio Ambiente (AMA) e a CEPAM, e haviam dito que à sua saída teríamos apoio do governo, mas até agora nada”, revelou Vitalix Terenciano, presidente da Associação dos Viveiristas de Mecúfi, a organização responsável pela reposição do mangal.

A retirada de parceiros do projecto de reposição do mangal em Mecúfi foi confirmada pelos Serviços Distritais das Actividades Económicas, que estão preocupados com a ausência de apoios para a concretização da iniciativa.

“Este trabalho requer recursos financeiros e humanos, que nós temos, mas hoje em dia nada se faz sem dinheiro. Todos os parceiros que tínhamos desapareceram e a situação piorou por causa do novo Coronavírus”, disse João Ferraz, chefe dos Serviços Distritais das Actividades Económicas de Mecúfi.

Actualmente, o projecto em causa conta apenas com apoio do CEPAM, mas que também está com dificuldades para dar continuidade ao processo, exactamente por falta de fundos e meios.

“Com a falta de fundos, poderá não ser possível cumprir com as metas, porque o plano prevê o plantio de cerca 15 mil mudas anuais, mas só conseguimos duas a três mil mudas, numa área de dois hectares”, argumentou Gonçalves Bernabé, biólogo e investigador do CEPAM.

Outro problema que ameaça a continuidade do projecto de reposição do mangal em Mecúfi, de acordo com a fonte, tem a ver com a falta de técnicos e meios materiais.

“Actualmente temos três técnicos no CEPAM”, mas “outros abandonaram” o programa “à procura de outras oportunidades de emprego, devido à falta de trabalho na instituição”, contou Gonçalves Bernabé. Além de “dificuldades financeiras, temos apenas uma viatura que é da delegada. Quando saímos para os distritos, outros serviços” param, acrescentou o interlocutor.

O projecto em alusão começou no ano 2012. Até ao momento foram recuperados apenas 12 dos 100 hectares destruídos.

Entretanto, apesar das dificuldades financeiras e materiais, o processo de reposição do mangal em Mecúfi continua e o CEPAM espera retornar à normalidade com o programa anunciado este ano pelo governo, que prevê repor cerca de cinco mil hectares de mangal em todo país, até 2024, sendo 500 hectares apenas em Cabo Delgado.

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