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Falta de declaração do bairro impede cidadãos de se recensearem na Matola

Cidadãos residentes no município da Matola denunciam uma alegada proibição de recenseamento por falta de declaração do bairro. As vítimas dizem que os brigadistas não aceitam bilhete de identidade.

Desde o início do recenseamento eleitoral em Moçambique, a 15 de Abril passado, têm sido relatadas várias irregularidades nos postos de viabilização do processo, um pouco por todo o país. As reclamações chegam de todos os lados, dos observadores da sociedade civil, passar pela Renamo – maior partido da oposição – ao MDM.

Hoje, foi a vez dos cidadãos Francisco António e Alexandre Rodrigues, de 27 e 44 anos de idade, respectivamente, serem supostamente impedidos de se recensearem. Eles contaram que há mais de uma semana tentam inscrever-se no posto de recenseamento eleitoral sito na Escola Primária Completa do Intaka, pretensamente porque não dispõem de uma declaração do bairro onde vivem.

“Não entendo porque é que as coisas estão a funcionar assim. Há mais de uma semana que venho recensear mas dizem sempre que querem a declaração do bairro. Fui ao chefe de quarteirão e ele não aceitou passar o documento em causa. Eu não sei mais o que fazer”, disse Francisco António.

Por sua vez, Alexandre Rodrigues mostrou-se igualmente insatisfeito com as exigências dos profissionais do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) na província de Maputo.

“Eu já recenseei em outras ocasiões mas nunca passei por um processo como este. Não sei por que é que desta vez as coisas estão a acontecer assim", desabafou o cidadão.

Sobre o caso, O País ouviu os fiscais da Renamo e Frelimo, presentes no local, tendo eles dito que ninguém deve ser impedido de recensear mesmo se estiver a viver no bairro há pouco tempo.

Existem documentos que são exigidos por lei como é o caso do bilhete de identidade, cartão de eleitor antigo, entre outros documentos de identificação do indivíduo”, disse o fiscal Bengildo Cumbane, e esclareceu que se o cidadão não tiver nenhum desses documentos pode levar ao posto do recenseamento testemunhas que tenham se registado no mesmo local onde pretende exercer o seu local.

Ainda sobre a mesma matéria  O País contactou, telefonicamente, a responsável pelo Departamento de Comunicação no STAE na província de Maputo, a qual prometeu averiguar o assunto.

“Iremos averiguar para melhor nos inteirarmos da ocorrência. Irei ligar para os colegas para melhor perceber o que aconteceu de facto”, disse a fonte.

Este pode ser um dentre vários casos que acontecem em alguns pontos do país. Faltam 10 dias para o fim do processo e os órgãos eleitorais recensearam mais da metade do número previsto.

 

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