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Falha na distribuição de redes mosquiteiras revolta famílias na cidade da Beira  

O processo de distribuição de redes mosquiteiras para o combate à malária opõe parte dos beneficiários e as autoridades na cidade da Beira. Cerca de 1.150 famílias residentes na zona de Marrocanhe alegam que foram excluídas e não mediram esforços para manifestar a sua indignação

As autoridades reconhecem o problema e explicam que não foi exclusão, mas sim falha no procedimento e que as famílias em causa receberão as redes mosquiteira esta sexta-feira.

Na manhã desta quinta-feira, parte dos moradores do bairro da Manga Mascarenhas, exactamente na zona onde iniciou a distribuição de cerca de um milhão e quinhentas mil redes mosquiteiras, no último domingo, concentrou-se defronte da residência de um dos líderes locais, exigindo, em voz alta o que lhes foi prometido: “queremos redes mosquiteiras”.

“Estamos em plena época chuvosa. Daqui a pouco os mosquitos começam a multiplicar-se e, por conseguinte, haverá picadas. O que será dos nossos filhos e de nós? No nosso bairro os distribuidores circularam apenas nos dois primeiros dias, domingo e segunda-feira. Procurámos saber junto deles (líderes) e disseram-nos que o processo já tinha terminado na nossa zona. Como terminou se existem centenas de famílias que não receberam redes”, perguntou Guida Paulo, uma das manifestantes, indignada.

As lamentações acontecem quatro dias depois de o timoneiro de Sofala ter feito o lançamento da campanha de distribuição de redes mosquiteiras. Na cerimónia, Lourenço Bulha apelou às comunidades para estarem atentas ao processo porque chegara aos seus ouvidos rumores de um eventual desvio de material de prevenção contra o mosquito causador da malária, para venda no mercado negro.

Reagindo às queixas dos moradores, o administrador da cidade da Beira, João Oliveira, referiu que as comunidades em causa têm razão. Estava previsto que o equipamento seria distribuído na zona em causa, nos dois primeiros dias, mas por razões de tempo não foi possível abranger a todas as famílias. Os distribuidores seguiram para outras áreas, de acordo com o planificado.

“O problema já foi identificado e ainda hoje (ontem), enviámos uma equipa ao local e o levantamento efectuado indica que mais de mil famílias não receberam, efectivamente, as redes mosquiteiras. Amanhã (hoje), retomaremos a distribuição em Marocanhe e termos certeza de que todos os moradores já possuem”, o referido material de protecção contra o mosquito, disse João Oliveira, para quem “a meta é atingir 90 por cento da população”.

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