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Exxon Mobil confirma participação na liquefacção do gás

A empresa petrolífera norte-americana Exxon Mobil confirmou, ontem, que vai contribuir na implementação dos projectos de liquefacção do gás em Cabo Delgado, através de um acordo assinado pelo Governo e integrantes do consórcio que explora a área 4 da bacia do Rovuma.

A Exxon Mobil integrou o consórcio liderado pela italiana ENI na exploração da área 4 há alguns meses. No acordo assinado ontem, a empresa americana assume a participação nos projectos de produção de gás que já tinham sido assumidos pelos restantes integrantes em Junho de 2017.

Com a assinatura do acordo complementar ao contrato de concessão para a pesquisa e produção de petróleo na Área 4 da Bacia do Rovuma, a Exxon Mobil passará a exercer, por delegação da ENI East Africa, – operadora no âmbito da Área 4 – a gestão, condução e execução das operações em terra, incluindo a liquefação e outras actividades relacionadas.

A confirmação da participação da Mobil é vista como um acto que consolida a esperança da materialização do projecto, visto que a Exxon é uma empresa com créditos reconhecidos de ponto de vista técnico e financeiro.

“… Vai nos permitir usar a grande competência técnica, incluindo em operações de liquefação de gás e robustez financeira da Exxon Mobil que é uma das líderes mundiais, senão mesmo a maior companhia em operações petrolíferas… e com grande domínio do mercado de gás natural”, disse a ministra dos Recursos Minerais e Energia, Letícia Klemens.

A ministra Letícia Klemens, lembrou, na ocasião, que toda a acção a ser desenvolvida no projecto de liquefacção do gás tem em vista salvaguardar os interesses de desenvolvimento social e económico do país, mais concretamente os benefícios para o Estado, criação de competências técnicas para incorporação cada vez maior do conteúdo local, entre outros aspectos.

Actualmente, os interesses participativos na Área 4 serão de 25% para a ENI e para a ExxonMobil, 20% para a CNPC da China, enquanto a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), a portuguesa Galp e a sul-coreana Kogas continuam a deter 10% cada. O arranque da produção e exportação de gás está previsto para 2025.

Recorde-se que, o projecto FLNG de Coral Sul é dos maiores de África e do mundo. O administrador delegado da Eni, Claudio Descalzi, sublinha que o projecto vai mudar a imagem de Cabo Delgado e do país em geral e que a partir desta fase de construção o país estará no centro das atenções de praticamente todo o mundo.

Trata-se do primeiro projecto que irá desenvolver e colocar em produção quantidade considerável dos recursos de gás descobertos pela ENI na Área 4 da bacia do Rovuma. Este resultado foi alcançado em três anos, desde a perfuração do último poço de pesquisa e em um país que está a entrar no mercado global de gás, apesar do difícil cenário de preços dos últimos anos.

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