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Estrada Tica-Búzi: obras terminam em finais deste ano e empreiteiro pede mais dinheiro

Foto: O País

As obras de construção da estrada Tica-Búzi tem um novo prazo para a sua conclusão – finais deste ano. Esta é a quarta vez que os prazos são estendidos, devido, entre outros factores, aos eventos climáticos severos, e o empreiteiro solicitou incremento financeiro.

Quando foi lançada a primeira pedra pelo Presidente da República em 2018, para a construção da referida estrada, estava previsto que as obras da rodovia, com uma extensão de 134 quilómetros, terminassem em Setembro de 2020.

Quando a chuva intensa, associada ao ciclone Idai, provocou, em Março de 2019, inundações naquela região, tendo galgado algumas secções da rodovia e destruído parte da infra-estrutura, o Governo viu-se obrigado a fazer alterações estruturais no projecto, com destaque para acréscimo de muitas obras de arte, nomeadamente pontecas e aquedutos para garantir a fluidez da água, e o prazo para a sua conclusão passou para Dezembro de 2021.

A eclosão da COVID-19 em Março de 2020 condicionou a presença de números de trabalhadores nas obras e a importação de algum material. Este facto, adicionado a chuva intensa provocada pelo ciclone Eloise em princípios de 2021, obrigou a nova alteração do prazo da sua conclusão – Junho deste ano.

A chuva, que caiu nos últimos dois meses deste ano, ditou novas datas – finais deste ano. O ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, Carlos Mesquita, que visitou o troço no passado sábado, afirmou que a execução está a cerca de 55 por cento.

“Na conversa que tivemos com o fiscal e o empreiteiro, reconheceu-se que há necessidade de se introduzir mais alguns equipamentos. Estamos satisfeitos porque o trabalho de movimentação de solos está praticamente concluído”, referiu Carlos Mesquita.

Face às alterações para o término da execução da obra, o empreiteiro, de capitais indianos, já solicitou novos valores adicionais ao Governo.

“É uma obra de cerca de 120 milhões de dólares e estamos convictos de que haverá entendimento em relação ao pedido do empreiteiro. Brevemente, vamos analisar a proposta do empreiteiro para ver o que justifica o aumento do orçamento inicial, mas temos consciência de que algumas pontes, com cerca de seis metros do vão, mexeram nos orçamentos iniciais. Mas, como disse, o dono da obra, neste caso o Governo, precisa de analisar com profundidade a proposta”, avançou.

Instado a pronunciar-se sobre a qualidade da obra, Mesquita foi cauteloso na sua resposta, começando por afirmar que “há fenómenos que ultrapassam as nossas previsões, mas o que vi nesta obra me leva a afirmar que estão a ser seguidos todos os indicadores do projecto e até melhorado em alguns casos, facto que nos deixa indicar que a obra terá a qualidade necessária”.

Búzi é um distrito potencialmente agrícola e espera-se que, com a conclusão da obra, haja mais investimentos e que diversos produtos, como gergelim, cana-de-açúcar, banana e algodão, sejam escoados para outros pontos do país.

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