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Estado “esfrega as mãos” no negócio de venda da Anadarko

A petrolífera norte-americana Anadarko está na iminência de ser vendida aa Chevron por 33 biliões de dólares (o negocio pode chegar aos USD 50 biliões). Com essa operação, o Estado moçambicano espera encaixar mais-valia.

Uma semana depois do anúncio da venda da Anadarko, que até então lidera o consórcio do projecto do Gás Natural Liquefeito (GNL), na Área 1, da bacia do Rovuma, o Instituto Nacional de Petróleo (INP) já aguarda a “papelada” do negócio para encaixar algum.

Em exclusivo ao jornal O País, o PCA desta instituição reguladora do sector, Carlos Zacarias, revelou que o Estado tem muito ganhar com o negócio de compra e venda da Anadarko pela também norte-americana, Chevron, a troco de 33 mil milhões de dólares.

“Neste momento aguardamos pela documentação da compra da Anadarko. Acreditamos que dentro das próximas semanas isso poderá acontecer. Depois disso vamos calcular as mais-valias para Mozambique”, clarificou dmitindo, no entanto, que o negócio será mais vantajoso para as aspirações moçambicanas e dos players da Área 4, da bacia do Rovuma, liderado pela ExxonMobil.

“Acreditamos que o negócio vai acelerar os projectos de gás e petróleo nas duas áreas (Área 1 e 4), pela enorme pujança técnico-financeira da Chevron, que vai imprimir outra dinâmica e qualidade”, disse o PCA do INP.
Sobre o cronograma dos projectos da Área 1, em particular, a Decisão Final de Investimento (DFI) prevista este semestre, Carlos Zacarias, garantiu que “nada está comprometido”, embora admita que “cada empresa tem a sua dinâmica”.

“Nos como Governo, é nosso desejo cumprir com os cronogramas acordados com a Anadarko. Esse posicionamento já se fez chegar a Chevron”, sublinhou.

Como foi feito o negócio
A Chevron é a segunda maior petrolífera do mundo, atrás da também norte-americana, ExxonMobil. O acordo da venda da Anadarko, principalmente dos activos da Área 1, garante à Chevron, uma posição de uma das maiores exportadoras de Gás Natural Liquefeito do mundo, tirando partido das enormes reservas de gás natural, localizadas na bacia do Rovuma.

O grupo Chevron adquiriu a Anadarko por 65 dólares por acção, o que fará com que cada acionista receba 0,3869 títulos do grupo Chevron e 16,25 dólares em dinheiro por cada acção detida.

O comunicado oficial da operação de compra e venda, refere que a Chevron terá emitido 200 milhões de dólares de novas acções e pago uma soma em dinheiro estimada em oito mil milhões de dólares e assumida uma dívida calculada em 15 mil milhões dólares, fazendo com o que o negócio possa chegar aos 50 mil milhões de dólares.

O grupo Chevron informou ainda pretender vender activos no valor de 15 mil milhões de dólares a 20 mil milhões de dólares entre 2020 e 2022, cujo encaixe será aplicado na redução do passivo e na entrega de um dividendo adicional aos accionistas

 

 

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