O País – A verdade como notícia

“Estado deve criar incentivos que favoreçam maior uso de tecnologias na indústria”

De acordo com o administrador executivo da Sociedade Moçambicana de Cabotagem, o Estado, através das suas instituições, deve incentivar os investidores no uso de tecnologias para industrilização, que “podem passar por incentivos fiscais” ou facilitação nos contratos.

A Mozal, a Cervejas de Moçambique (CDM) e a Sociedade Moçambicana de Cabotagem (SMC) estiveram frente-a-frente para falar de tecnologia e adição de valor na indústria. Os participantes do debate entendem que a tecnologia torna-se pouco útil quando não há formação e infra-estruturas para o efeito.

“Olhando mesmo para a questão das infra-estruturas, que é algo que, não só a nível industrial, como também a nível da comunidade, deve se trabalhar muito nela para vermos se podemos suportar o país para melhor desenvolver a nível tecnológico”, argumenta Nelson Mascarenhas, gestor de soluções na empresa Cervejas de Moçambique, para quem a empresa na qual é membro tem buscado acompanhar a evolução tecnológica da sociedade moçambicana de modo a estar em permanente capacidade de servir a todos.

Por sua vez, Benizardo Madija, superintendente de projectos de engenharia/Mozal defende que “a questão da formação dos recursos humanos é extremamente fundamental” e olhando para a realidade moçambicana onde metade da população é analfabeta, a formação é incontornável para que a tecnologia seja devidamente explorada.

Mas porque nestas empresas há capacidade tecnológica, Nelson Mascarenhas e Benizardo Madija falam das vantagens que se reflectem no produto final destinado ao consumidor.

“Um exemplo prático, nesta altura da pandemia muitas organizações tiveram que adoptar-se a uma nova forma de operar, isto é, operara remotamente” e aí reside a importância de investir nas tecnologias para poder compensar essa dependência à presença do homem, de acordo com Madija.

E com a reactivação da cabotagem no país, transferir mercadorias e tecnologias ficou mais facilitado, mas há desafios para os quais é preciso saber fazer frente.

“Ninguém quer passar por processos burocráticos complicados quando com um ‘clik’ no computador consegue organizar um processo de envio de mercadorias. Lógico, estamos num período de adptação. Muitas pessoas pede o nosso auxílio para poder começar a trabalhar com o sistema (de cabotagem)”, explica o administrador executivo da Sociedade Moçambicana de Cabotagem, Luís de Carvalho.

Quanto à necessidade da contribuição do Estado no uso de tecnologia para adição de valor na indústria, De Carvalho avança que o Estado deve incentivar as indústrias a usar a tecnologia, que é no geral importada e que por isso acareta custos para as empresas.

Os painelistas do tema “Tecnologia e adição de valor na indústria” defendem ser o momento de trabalho conjunto entre o sector privado e o público para uma industrialização baseada em tecnologia.

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos