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Estacionamento rotativo passa a ser pago por meios electrónicos em Maputo

A cobrança no acto do estacionamento rotativo na cidade de Maputo passa a ser electrónica, a partir desta quinta-feira, o que significa que não será mais necessária a intervenção humana para efectuar o pagamento. Numa primeira fase, o serviço vai abranger as avenidas Albert Lithuli e Samora Machel. Embora divididos, os utentes pedem eficiência ao Município.

Na Avenida Albert Lithuli, seguia um agente da Polícia Municipal, para bloquear uma viatura mal estacionada, mas a proprietária apareceu e, por clemência, o carro ficou livre da chamada “chamussa”. É assim, e assim será para os carros mal estacionados.

Entretanto, o Município de Maputo entende que o estacionamento rotativo vem para evitar este tipo de problemas e, igualmente, angariar dinheiro para a construção de mais  infra-estruturas, incluindo parques.

Esta quinta-feira, começa o pagamento, através de meios electrónicos para o estacionamento em locais demarcados.

Roda Chissumba trabalha numa das Empresas localizadas na Avenida  Albert Lithuli, vai ficar com o seu carro estacionado no local por 9 horas e, quando faz as contas, diz que os valores são insustentáveis.

“Tenho de pagar 90 meticais por dia e 90 vezes 30 dias é muito, porque trabalho até no sábado, não tenho esse valor para pagar. Não digo que devemos deixar de pagar, mas eles deviam pensar em nós”.

Shazim Kassam é outro utente e diz não ver problema em pagar os 10 meticais por hora, mas exige que o município proteja o seu carro, enquanto estiver na via pública.

Mas há, entre os utentes destes espaços, indignação, reprovação e questionamentos relacionados à esta iniciativa do Município.

“Eu não sei como será, ainda não percebi bem, mas tenho reserva de estarmos a fazer uma suposição que pode ser gratuita. Podemos estar a pensar que todos têm ou vão ter, enquanto não. Eu, às vezes, ando sem telefone”, disse Egídio Rego.

O Município de Maputo, através da Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento, diz não haver volta a dar à esta realidade, abrindo espaço para descontar aos que trabalham e permanecem, por muito tempo, em vias abrangidas.

João Ruas, presidente do Conselho de Administração daquela empresa pública, diz que há multas e sanções para quem não pagar e garante haver mecanismos de fiscalização e controlo dos utentes.

“Nós teremos uma viatura com a capacidade de fazer a leitura de cerca de 300 matrículas em 10 minutos, a passar, permanentemente, pelas avenidas. Portanto, a viatura passa, normalmente, a uma velocidade de 30 a 20 km/h e consegue, via scanner, identificar todas as matrículas. Essas matrículas são mandadas para a sala de controlo e as que estiverem pagas, são elegíveis”, explicou.

João Ruas garante que, caso seja paga a taxa pelo estacionamento, “tudo bem”, mas caso o automobilista se recuse a efectuar o pagamento, “nós utilizamos, também, as disposições municipais e bloqueámos a viatura e/ou aplicamos a multa”.

O Município diz, ainda, que não é sua responsabilidade proteger os carros na via pública.

A área cobrável pelo estacionamento rotativo parte da Av. 24 de Julho até a baixa da cidade de Maputo e do Museu da Geologia e Minas até a área do edifício sede do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS).

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