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Escritores moçambicanos semifinalistas do Prémio Oceanos 2018 no Brasil

Escritores moçambicanos destacam-se num dos maiores prémios brasileiros e de todos países falantes da língua portuguesa.

Os livros “O Deus Restante” (Cavalo do Mar Edições, 2017) e “Música Extensa” (Alcance Editores, 2017) de Luís Carlos Patraquim; “Cicatriz Encarnada” (Cavalo do Mar Edições, 2017) de Rogério Manjate e “Vácuos” (Cavalo do Mar Edições, 2017) de Mbate Pedro, são semifinalistas do prémio internacional de literatura em língua portuguesa, Prémio Oceanos 2018, anunciou nesta última terça-feira, o júri, constituído por 73 escritores, professores universitários, jornalistas e críticos literários, oriundos da Comunidade de Países da Língua Portuguesa (CPLP), sendo 12 de Portugal, 2 de Cabo Verde, 3 de Moçambique, 3 de Angola e 53 do Brasil.

De um total de 1364 livros escritos em português em todo o mundo e submetidos ao Prémio, por 346 editoras diferentes, o júri seleccionou para a semifinal, 60 obras, em vários géneros literários. Para além dos 3 escritores moçambicanos apurados, a lista inclui, de entre outros autores, livros do romancista brasileiro Milton Hatoum, vencedor da edição de 2006, do poeta português Nuno Júdice e do cabo-verdiano Jorge Carlos Fonseca (actual Presidente da República de Cabo-verde).

Os três livros semifinalistas e editados pela Cavalo do Mar fazem parte da colecção Filhos do Vento, que inclui ainda livros de outros escritores, como Andes Chivangue e Sangare Okapi. Recentemente, mais concretamente em Abril deste ano, Luís Carlos Patraquim e Rogério Manjate viram os seus livros, “O Deus Restante” e “Cicatriz Encarnada”, respectivamente, serem nomeados como finalistas do Prémio Glória de Sant’Anna 2018, em Portugal.

O Oceanos foi criado em 2003, como Prémio Portugal Telecom de Literatura e, a partir de 2015 passou a chamar-se Prémio Oceanos. É considerado um dos prémios literários mais importantes, entre os países de língua portuguesa, a par do Prémio Camões e do Prémio Jabuti, sendo considerado o equivalente lusófono do prémio britânico Man Booker Prize. Já foram vencedores das edições anteriores do Oceanos, os escritores Gonçalo M. Tavares, Chico Buarque, Valter Hugo Mães, Bernardo Carvalho, de entre outros. A escritora portuguesa Ana Teresa Pereira foi a vencedora da edição do ano passado, com o livro “Karen”. O vencedor do Prémio Oceanos 2018 será anunciado em Novembro deste ano e ganhará o equivalente a USD 25 000. Nunca nenhum escritor moçambicano venceu o prémio.

Sobre os escritores finalistas diga-se que Luís Carlos Patraquim é poeta, dramaturgo, guionista e jornalista, nasceu em Maputo, Moçambique, em 1953. De entre vários livros, destacam-se Vinte e tal novas formulações e uma elegia carnívora. (ALAC, 1992), O Escuro Anterior (Companhia das Ilhas, 2013), O Cão na Margem (Kapulana, 2017), Música Extensa (Alcance Editores, 2017) e O Deus Restante (Cavalo do Mar, 2017). 

Rogério Manjate é escritor e profissional de teatro, actuando como actor, encenador e docente. Publicou três livros de contos: Amor Silvestre (2002), O Coelho Que Fugiu da História (2010), Wazi (2011) e dois livros de poesia: Casa em Flor (2004) e Cicatriz Encarnada (2017).

E Mbate Pedro é autor de vários livros de poemas, com destaque para: Minarete de Medos e Outros Poemas (Índico, 2009), Debaixo do Silêncio que Arde (Índico, 2015), Vácuos (Cavalo do Mar, 2017) e Os Crimes Montanhosos (em co-autoria com António Cabrita; Cavalo do Mar, 2018). Com Debaixo do Silêncio que Arde foi agraciado com o Prémio BCI (para o melhor livro do ano publicado em Moçambique) e com uma menção honrosa do Prémio Glória de Sant’Anna (Portugal).

 

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