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Eni adquire direitos em três novas licenças de exploração em Moçambique

A petrolífera adquiriu direitos para explorar e desenvolver os blocos offshore A5-B, Z5-C e Z5-D, localizados nas águas profundas das bacias de Angoche e Zambeze, através de um acordo assinado com a norte-americana ExxonMobil.

É caso para dizer que a italiana ENI está a expandir a sua presença em Moçambique. Desta vez, fê-lo adquirindo três participações de 10% em igual número de licenças de exploração petrolífera, segundo um comunicado quarta-feira divulgado em Milão e disponível no site da empresa.

Trata-se de uma operação que foi realizada através da subsidiária ENI Mozambico e envolve os blocos marítimos A5-B, Z5-C e Z5-D, localizados em águas profundas das bacias de Angoche e do Zambeze.
O grupo adiantou que a aquisição de uma participação de 10% em cada um dos três blocos foi efectuada ao abrigo de um acordo com a empresa ExxonMobil Moçambique Exploration & Production Limitada, subsidiária do grupo americano ExxonMobil. Tudo com o envolvimento das autoridades moçambicanas.

O bloco A5-B situa-se a 1300 quilómetros a nordeste da capital Maputo, numa zona por explorar fronteira à vila de Angoche, abrangendo uma área de 6080 quilómetros quadrados e uma profundidade entre 1800 e 2500 metros.

Os outros dois blocos cobrem uma área de 10 205 quilómetros quadrados, com uma profundidade entre 500 e 2100 metros, numa zona muito pouco explorada da bacia do Zambeze, a 800 quilómetros a nordeste da capital Maputo.

Os três blocos, atribuídos no decurso do 5.º leilão, são operados pela ExxonMobil (40%), em parceria com a estatal moçambicana Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (20%), Rosneft (20%) e Qatar Petroleum (10%).

No decurso daquele leilão a ENI Mozambico obteve a operação do bloco A5-A, adjacente ao bloco A5-B, com uma participação de 59,5%, tendo como parceiros a Sasol (25,5%) e a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos, com 15%.

A venda posterior de uma parcela de 25,5% naquele bloco à Qatar Petroleum, reduzindo a participação do grupo italiano para 34%, aguarda a aprovação das autoridades de Moçambique.

Enquanto isso, já decorrem actividades conducentes ao início da pesquisa de hidrocarbonetos nesta área A5-5, sendo que há um mês, a ENI  apresentou o estudo de pré-viabilidade ambiental e Definição de Âmbito para a pesquisa na Bacia de Angoche.

Um instrumento que não trouxe muito sossego à sociedade civil. O facto é, embora se descartem fatais, fala-se de impactos nos recursos marítimos na zona que se situa a 60 quilómetros da costa. E é com os recursos marinhos que a sociedade civil, representada pela WWF, mostra preocupação.

Ainda não se sabe se será encontrado hidrocarboneto comerciável no fundo do poço e a ENI avança que a possibilidade de sucesso é de apenas 10 a 20 porcento. E até lá, deverão ser seguidos muitos outros passos.

O Instituto Nacional de Petróleo garante estar a acompanhar atentamente o processo de estudo ambiental e diz que até aqui está tudo dentro do que é legalmente exigido.

 

 

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