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ENH volta adiar financiamento para Área 1 da bacia do Rovuma

A Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH) voltou a adiar a ida ao mercado externo, com vista a angariar cerca de dois mil milhões de dólares para financiar a sua participação no projecto de gás da área 1 da bacia do Rovuma. Depois de Julho e Setembro, Dezembro é o novo prazo estabelecido.

A ENH, “braço empresarial” do Estado moçambicano no negócio de gás e petróleo, precisa de cerca de dois mil milhões de dólares para financiar a sua participação de 15% no projecto de Gás Natural Liquefeito (GNL) na Área 1 da bacia do Rovuma, em Cabo Delgado, que tem a francesa Total como líder do consórcio.

Após a Decisão Final de Investimento (DFI) a 18 de Junho passado, pelos operadores deste bloco (então liderado pela Anadarko), no valor de 23 mil milhões de dólares, a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos comprometera-se a angariar o financiamento necessário no mês seguinte (Julho), tendo depois adiado para Setembro.

Na altura, o Presidente do Conselho de Administração (PCA) da ENH, Omar Mithá, justificou que o recuo deveu-se a questões de mercado, ou seja, a empresa optou por aguardar pelas melhores condições do financiamento.

Nem Julho e muito menos Setembro, o PCA da ENH avançou esta quinta-feira, em exclusivo ao “O País” que a ida ao mercado foi estendida para Dezembro.

“Discutimos o assunto no Africa Investment Forum (que decorreu recentemente na África do Sul). Vamos ter que refinar alguns factores com o operador e outros parceiros. Pensamos voltar para o mercado em Dezembro ou mesmo em finais de Janeiro devido ao período de férias”, argumentou Omar Mithá.

Questionado se a empresa seguirá o mesmo modelo de financiamento para o projecto da Área 4 (também na bacia do Rovuma), liderado pela norte-americana Exxon Mobil, o PCA da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos disse ser muito cedo avançar com as possibilidades, uma vez que os operadores deste bloco ainda não tomaram a Decisão Final de Investimento.

Omar Mithá falava à margem da sexta cimeira do gás que decorreu na capital moçambicana, Maputo. O evento juntou mais 600 especialistas da área, 55 oradores e 55 países.

DFI NA ÁREA 4 AGENDADA PARA ABRIL DE 2020

Depois de constantes recuos, gigante petrolífera norte-americana, Exxon Mobil e seus parceiros da área 4 da bacia do Rovuma, norte de Moçambique, agendou para Abril do próximo ano, a tomada de Decisão Final de Investimento neste bloco.

Trata-se de um investimento na ordem de 25 mil milhões de dólares, cujo plano do desenvolvimento do projecto do Gás Natural Liquefeito (GNL) no chamado “Complexo Mamba” já foi aprovado pelo Executivo de Maputo.

“Neste momento estamos a acertar os últimos detalhes sobre a quantidade do gás doméstico a ser fornecido por este projecto”, revelou Benjamin Chilenge, membro do Conselho de Administração da Empresa Moçambicana no de Hidrocarbonetos, durante a cimeira do gás.

Sobre o estágio de implementação dos projectos da Área 1, nomeadamente, Coral Sul e Mozambique LNG, o quadro sénior da ENH adiantou que os mesmos estão numa fase bastante avançada.

Refira-se, que para o projecto Coral Sul, liderado pela italiana Eni, a DFI foi tomada em Junho de 2017, num investimento de oito mil milhões de dólares. Já no bloco Mozambique LNG, que tem a francesa Total como líder do consórcio, o investimento foi aprovado em Junho de 2019, no valor de 23 mil milhões de dólares.

“Estamos a falar de um volume de investimentos de mais de 60 mil milhões de dólares na próxima década”, realçou Benjamin Chilenge, que deu a conhecer o papel do gás no desenvolvimento da industrialização de Moçambique e na futura transição energética.

 

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