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“Engenheiros devem fazer-se presentes na implementação de estratégias”

As disparidades entre as oportunidades e riquezas de que Moçambique dispõe e o elevado nível de pobreza podem denunciar fragilidades na formação de engenheiros, defendeu o Presidente da República Filipe Nyusi, na abertura dos Congressos de Engenheiros de Moçambique e Luso-moçambicano, hoje em Maputo. Nyusi aponta como um dos desafios para o desenvolvimento a necessidade de integração dos diferentes sectores da engenharia.

Se calhar por ser engenheiro e conhecer muito bem o ofício, o Chefe de Estado foi incisivo no seu discurso de abertura oficial do V Congresso de Engenharia de Moçambique, que se realiza em simultâneo com o VIII Congresso de Engenharia Luso-moçambicano. Perante individualidades das duas Ordens de engenheiros, académicos e engenheiros a título individual, Nyusi começou por atribuir ao engenheiro papel decisivo na construção da prosperidade do país.

“Acreditamos que o nível de desenvolvimento de um país depende muito do número e qualidade de engenheiros de que dispõe, por estes serem os que concebem e projectam a evolução das tecnologias que servem as sociedades”, afirmou o Presidente da República.

E porque reconhece que o país está num estágio de desenvolvimento humano aquém das oportunidades e potencialidades existentes, o Presidente apontou que a fragilidade pode estar exactamente na deficiente formação de engenheiros, em qualidade e quantidade.

Referiu que alguns desafios que o sector enfrenta no nosso país e que podem ser justificados pelo insuficiente investimento na formação de engenheiros, incluem a insuficiência de alimentos, mesmo com abundância de terra fértil, e a deficiente educação nutricional para a saúde dos moçambicanos, em caso de alguma existência de produtos; a insuficiência de água potável, quando o nosso território é serpenteado por uma miríade de rios e cursos de água; a dependência do país de importações, quando dispõe de muita mão-de-obra e recursos naturais que podem ser transformados em riqueza.

Assim, Nyusi desafia os engenheiros a tornarem-se mais participativos nas estratégias de desenvolvimento. 

“Os engenheiros devem, ainda, de forma incisiva e, através de actos concretos, fazer-se presentes na formulação e implementação de estratégias, que permitam superar os vários desafios que enfrentamos no nosso desenvolvimento”, disse o Chefe de Estado.

De ponto de vista estratégico, o Presidente da República defende integração e complementaridade dos engenheiros de diferentes áreas, no sentido de se alinharem com a agenda do desenvolvimento.

Para o Presidente, os engenheiros agrónomos, por exemplo, para garantir o aumento da produção e os índices de produtividade, contam com o envolvimento dos engenheiros químicos. É preciso assegurar a disponibilidade de fertilizantes adequados de qualidade e a preços comportáveis; os engenheiros mecânicos garantem a mecanização da agricultura, através dos equipamentos que concebem; os electrotécnicos e os da área de alimentação têm a responsabilidade no processamento dos produtos, e os engenheiros civis intervêm nas infra-estruturas hidráulicas de irrigação e na construção das vias de escoamento do produto final. Há mais áreas que podem ser envolvidas.

Os dois congressos de engenheiros decorrem desde o dia quatro e vai até ao dia oito de Setembro corrente.

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