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Empresário ruandês morre crivado de balas e medo instala-se na comunidade ruandesa

Foto: O País

Um empresário ruandês foi morto a nove tiros no final da tarde de ontem, no bairro da Liberdade, município da Matola. Desconhecem-se as razões do assassinato, mas os ruandeses alegam perseguição pelo regime do Ruanda.

Nove tiros, morte certa e imediata…

Fim da tarde de segunda-feira e da vida do empresário ruandês, Revocant Karemangingo, crivado de balas por indivíduos desconhecidos e ainda a monte.

Os criminosos faziam-se transportar em três viaturas, quando interceptaram o carro da vítima a cerca de 20 metros de uma das suas farmácias e 50 metros da sua casa, no bairro da Liberdade, município da Matola, lançando uma chuva de balas contra sua viatura.

Perto de onde o assassinato aconteceu ainda era possível ver perfurações de balas no portão em frente da residência e estilhaços de vidro da sua viatura após a consumação do crime.

A Polícia da República de Moçambique e o Serviço de Investigação Criminal estiveram no local para fazer perícia e tentar esclarecer o crime.

Os vizinhos e alguns ruandeses também acorreram ao local, mas atónitos e tomados pelo medo, não quiseram falar sobre o sucedido.

Em frente da residência do finado, havia muitos ruandeses que não testemunharam o assassinato do empresário Revocant, mas consideram aquele acto uma perseguição do regime do Ruanda.

“Essa pessoa que foi assassinada estava na primeira lista das pessoas por serem executadas. Ainda há outros que terão o mesmo fim”, revelou Venanti Munanheze, refugiado ruandês do em Moçambique.

E um dos que acredita ser a próxima vítima do regime ruandês é Mónaco Alphonso. “A pessoa era inocente, mas nos últimos dias, circulou uma lista num jornal das pessoas procuradas pelo Ruanda e Revocant era o número um e também estou nessa lista. Somos quatro. Assim, penso que a perseguição está a começar”, disse Mónaco Alphonso, com uma voz carregada de medo.

Diante destes acontecimentos, os refugiados do Ruanda pedem protecção do Governo moçambicano até porque dizem não sabem porquê da perseguição. “Nós não sabemos o que o Governo está a fazer para nos proteger, porque protecção é o que pedimos”, apelou Venanti Munanheze.

O empresário Revocant Karemangingo vivia em Moçambique como refugiado do Ruanda deste os anos 96.

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