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Embaixadores acreditados em Moçambique repudiam ataque à Ucrânia  

Foto: O País

A União Europeia diz que continua fora da mesa uma intervenção militar na Ucrânia para ajudar as tropas locais a travarem as investidas russas. O bloco europeu e os Estados Unidos dizem que as sanções serão ainda mais agravadas para sufocar a economia russa.

Dezoito embaixadores de países da União Europeia, Ocidente e Japão acreditados em Moçambique juntaram-se com um único objectivo – repudiar o ataque da Rússia à Ucrânia.

Entre os diplomatas que fizeram soar a sua voz, esteve David Izzo, representante da missão diplomática da França, que disse “condenar, com toda a veemência, os ataques da Rússia contra a Ucrânia” e reiterou o apelo para que a Rússia pare com as operações militares e retire as suas tropas.

Caso Vladimir Putin não ouça o apelo internacional, o embaixador da França, país que ocupa a liderança rotativa da União, afirmou que “a Rússia terá consequências imediatas, maciças e a um custo severo como os europeus e os seus parceiros anunciaram várias vezes. Nós estamos prontos para responder a este acto de guerra sem fraqueza, com frieza, determinação e unidade… estamos determinados a derrubar a economia russa e os privilégios dos oligarcas”, avançou Izzo.

A nota de repúdio ficou clara, mas há várias questões geopolíticas sobre o conflito que sempre ficam por esclarecer, pelo que o “O País” tentou buscar respostas junto da Chefe-Adjunta da Missão Diplomática dos Estados Unidos da América e o embaixador da União Europeia em Moçambique.

Os países que apoiam a entrada da Ucrânia na NATO se sentem, de alguma forma, responsáveis pela guerra que foi desencadeada, sendo esse o principal fundamento?

A esta pergunta, Abigail Dressel respondeu dizendo que “este é um ataque da Rússia contra a Ucrânia. Um ataque premeditado e não provocado. E absolutamente contra a lei internacional e um país soberano que tem as suas fronteiras definidas há mais de 30 anos”.

E qual é a diferença desta invasão em relação às invasões feitas pelos EUA à Líbia e a outros países soberanos com fronteiras definidas como a Ucrânia, e que não tiveram resposta igual por parte da União Europeia?

O embaixador da União Europeia, António Sanchez, remeteu a questão à Chefe-Adjunta da Missão Diplomática dos Estados Unidos da América, Abigail Dressel, que também não respondeu.

Foi ainda questionado a representante diplomática dos EUA sobre: qual seria o posicionamento do seu país se a Rússia propusesse colocar uma base militar no México ou no Canadá que estão numa posição geográfica similar a da Ucrânia com relação aos Estados Unidos?

“Essa é uma pergunta hipotética a que prefiro não responder”, disse.

De volta às certezas, o embaixador da União Europeia em Moçambique informou que, para já, está fora de hipótese uma intervenção militar do ocidente na terra de Zelensky. “Essa questão agora não está em cima da mesa”, clarificou Sanchez.

O Presidente ucraniano diz ter sido abandonado por aqueles que um dia considerou aliados. António Sanchez diz que não é bem assim, tendo acrescentado que “nem o Presidente da Ucrânia, nem o povo da Ucrânia estão isolados”.

O embaixador da União Europeia diz ser por isso que foi aprovado um investimento de 450 milhões de euros em armas para ajudar a Ucrânia.

“É para reforçar a sua capacidade de responder a essa agressão injusta”, reforçou.

Os Estados-Membros da NATO e da União Europeia reiteram que sanções vão continuar, afirmando não ter dúvidas de que a economia russa será sufocada e, a partir daí, o conflito cessar.

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