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Em pleno dia da vitória, Malawi coloca Mambas em chamas

Foto: FIFA

Os Flames (chamas), nome de guerra da selecção do Malawi, venceram Moçambique por uma bola sem resposta, em partida da segunda jornada do grupo D de qualificação ao Mundial do Qatar, próximo ano, deixando, assim, os Mambas em chamas e na última posição do grupo, com apenas um ponto. Costa do Marfim derrotou Camarões e lidera o grupo com quatro pontos

Quando os Mambas desceram para o Orlando Stadium, em Joanesburgo, na África do Sul, casa emprestada do Malawi, tinham ambição de vencer, dar de presente aos moçambicanos nas celebrações do Dia da Vitória e ascender à liderança do grupo, em igualdade pontual com a Costa do Marfim, que vencera, no dia anterior, os Camarões, por duas bolas a uma.

Daí que se exigia mais determinação, foco e resistência aos Mambas, perante uns malawianos que entraram com a lição bem estudada, até porque já conheciam o estilo de jogo de Horácio Gonçalves, não fosse o jogo disputado entre ambos a 11 de Junho, para o torneio Cosafa, em que o combinado nacional venceu por duas bolas sem resposta.

E o seleccionador nacional, Horácio Gonçalves, fez algumas alterações na equipa inicial que empatou com Costa do Marfim, nomeadamente, as saídas de Melque e Candinho, para as entradas de Nené e Estevão.

Assim, o “onze” moçambicano que entrou de início estava com um sistema táctico de 4x4x2, claramente ofensivo, a evidenciar algum medo do adversário.

Horácio Gonçalves voltou a deixar no banco de suplentes Geny Catamo e Nilton, duas unidades que deram outro ritmo aos Mambas no jogo diante da Costa do Marfim, após a sua entrada na segunda parte.

 

GOLO MADRUGADOR DÁ VITÓRIA AOS FLAMES

Mas, o início da partida não podia ser pior para os Mambas. É que, enquanto as duas equipas procuravam conhecer-se, o combinado nacional já denotava alguma falta de entrosamento entre os sectores, com o defensivo a ser o pior, já que, à semelhança do que aconteceu diante dos Elefantes, Betão, Zainadine e Martinho não combinavam perfeitamente.

E foi dessa falta de entrosamento e dos erros defensivos de que surgiu o golo do Malawi, quando Zainadine Jr. fez um atraso comprometedor a Ernan, que, na tentativa de evitar que a bola entrasse, fez um corte defeituoso, embateu com o poste, ficou contundido e deixou a bola à mercê de Richard Mbulu, que, sem oposição, abriu o activo.

Daí para frente, a selecção de Moçambique ficou desconcentrada e os erros eram mais frequentes, mas sorte nossa que o Malawi também tinha problemas de finalização.

Nessa altura, eram Mbulu, antigo jogador do Costa do Sol, e Myaba, os jogadores mais perigosos, já que eram bem servidos por John Banda, jogador da UD Songo, Peter Banda, antigo jogador dos “hidroeléctricos” e Gabadinho Mhambo, sua maior estrela.

Aliás, a estratégia era fazer remates de longe, aproveitar o facto de Ernan estar lesionado e a demonstrar que não estava em condições de continuar, mas Horácio Gonçalves a preferir aguentar com o jogador até ao intervalo.

Do lado de Moçambique, nenhum rasgo, já que Luís Miquissone era obrigado a recuar para ter bola, enquanto Estevão estava perdido no meio dos centrais malawianos. O meio campo não funcionava, já que Nené e Shaquile pareciam mais defensivos e menos ofensivos.

 

SUBSTITUIÇÕES PARA DAR OUTRA DINÂMICA (FALSA)

A segunda parte começa com Horácio Gonçalves a refrescar a equipa, fazendo descansar o lesionado Ernan, Bruno Langa e Shaquile, e para o seu lugar a entrarem Victor Guambe, Nilton e Melque. Continuava Geny Catamo sentado no banco de suplentes.

Mas, era o Malawi a selecção mais esclarecida e com maiores oportunidades de marcar, quando se esperava que Moçambique corresse atrás do prejuízo. Não havia clarividência na selecção nacional, os jogadores andavam perdidos e Horácio Gonçalves não tinha argumentos para dar outro rumo aos Mambas.

As chamas (os Flames) estavam evidentes em campo e, gradualmente,  o resultado começava a ficar claro.

Mais tarde, Horácio Gonçalves ainda fez entrar Geny Catamo e Victor Jr, autor de um dos golos dos Mambas no torneio Cosafa, diante do Malawi, mas debalde, nem água foi, nem água veio. As chamas estavam em ebulição e carbonizaram os Mambas.

A vitória do Malawi, fora de portas, acabou por ser celebrada efusivamente, afinal, tira a selecção da cauda e coloca-a na terceira posição, em igualdade pontual com os Camarões, com três pontos cada uma, remetendo os Mambas à posição de lanterna vermelha, com apenas um ponto.

Costa do Marfim, que recebeu e venceu os Camarões na noite de segunda-feira, lidera com quatro pontos.

Próxima jornada está marcada para Outubro, com dupla jornada da “Operação Camarões”, com jogos em Yaoundé e Maputo, para a terceira e quarta jornadas do Grupo D

 

LEÕES (IN)DOMÁVEIS PELOS ELEFANTES

Na noite da passada segunda-feira, no Estádio Alassane Wattara, em Abidjan, os Leões Indomáveis entraram com estatutos de líderes, diante dos Elefantes, que vinham de um empate em Maputo. Mas, já contavam com grande parte de jogadores que actuam na Inglaterra e que foram impedidos de vir a Maputo por conta das restrições impostas pela pandemia da COVID-19.

Afinal, esses jogadores teriam que cumprir 10 dias de quarentena no seu regresso à Inglaterra e, para não correrem o risco de perder lugares nas respectivas equipas, optaram por não vir a Maputo, porém jogarem em Abidjan.

Ao minuto 18, a Costa do Marfim beneficiou-se de uma grande penalidade, por mão na bola de um jogador dos Camarões e, da marca dos 11 metros, Halla não tremeu e abriu o activo. O mesmo Halla, que até esteve em Maputo, mas meio apagado, voltou a marcar, dez minutos depois, a fazer o 2-0 para a Costa do Marfim.

Só na segunda parte é que os Camarões reduziram, também de grande penalidade, por Ngamaleu, aos 61 minutos, a reduzir a desvantagem com que terminou o jogo.

Com o triunfo, a Costa do Marfim soma quatro pontos, na liderança do Grupo D, já os Camaroneses, que derrotaram o Malawi na ronda inaugural, se mantêm com os três pontos, na segunda posição.

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