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Economia sul-africana precisará de pelo menos dois anos para recuperar-se

O Antigo director da Agência de Desenvolvimento das Pequenas e Médias Empresas na África do Sul, Justino de Jesus, em entrevista ao Noite Informativa da Stv Notícias, desta terça-feira, falou de uma crise que vai levar mais de dois anos para recuperação e do aumento da taxa de desemprego, em consequência das manifestações das últimas semanas.

“A economia sul-africana vai precisar de, no mínimo, dois anos ou mais para recuperar-se. Na verdade esse tempo não será suficiente para uma recuperação total, mas para pelo menos voltar a um nível aproximado ao que estava. E a ideologia que moveu as pessoas aos tumultos não era política. Pelo menos 99 % das pessoas esteve lá simplesmente porque queria roubar. Este movimento é resultado de uma incitação é só olhar para as zonas mais afectadas. A economia sul-africana está de rastros. Há pessoas a morrerem, os negócios estão prejudicados e danificados. Há pessoas que pegaram no único dinheiro que tinham e abriram um negócio, e essas pessoas hoje perderam tudo”, disse Justino de Jesus.

O analista referiu ainda que a situação, também, terá impactos sobre a taxa de emprego.

“Neste momento a taxa de desemprego na África do Sul é de 47 por cento. E em consequência dos assaltos das últimas semanas, a taxa de desemprego vai subir em mais 10 por cento. Muita gente já está sem emprego. Várias fábricas foram destruídas e muitos negócios ficaram prejudicados. E levará seu tempo até haver recuperação”, alertou de Jesus.

De Jesus falou, igualmente, dos impactos nos países vizinhos e na disponibilidade de serviços sociais básicos.

“O nível de destruição foi enorme, porque não foi só a parte comercial sul-africana. Os impactos estendem-se aos países vizinhos, tais como, Moçambique, eSwatini, Lesotho e Zimbabwe, que ficaram muito afectados. A pessoa que vivia do dia-a-dia agora terá sua vida mais difícil. A África do Sul ficou totalmente paralisada. Esta situação assemelha-se a vivida nos anos 80. Agora, as pessoas têm dinheiro no bolso, mas não têm onde comprar. Quem tem o seu dinheiro no banco não tem acesso a ele, porque as ATM foram vandalizadas e as agências bancárias têm medo de abrir. Isto é consequência da situação de há duas semanas. Mas ainda não vimos o pior. As pessoas para já têm produtos guardados, mas vão acabar”, relatou.

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