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“É preciso apostar na educação da rapariga”

A primeira-dama de Moçambique, Isaura Nyusi, defende a criação de uma plataforma entre os líderes comunitários e as rainhas dos ritos de iniciação, de modo a evitar a coincidência entre a prática e o calendário escolar. “É preciso prestarem uma maior atenção à faixa etária na admissão das raparigas aos ritos de iniciação, para garantir que elas tenham atingido a idade adequada e, deste modo, evitar prejudicar a sua formação académica”, disse Isaura Nyusi.

Falando num encontro com líderes comunitários e mulheres do distrito de Chimbunila, em Niassa, a primeira-dama destacou ser primordial que as acções de sensibilização tenham maior incidência nas zonas rurais onde os ritos de iniciação ainda são uma prática comum.

“As mulheres são o centro das acções, tendo em conta que garantir boa educação e saúde à mulher é garantir a continuidade da existência dos povos. Os ritos poderão tomar a dianteira na preparação da rapariga para adiar o casamento, sempre priorizando a educação. Apelamos à introdução de clubes de rapariga nas escolas, para prepará-las a desenvolver as suas habilidades para a vida”, disse.

Um líder comunitário presente no encontro destacou que os ritos são uma prática secular que surgiu antes da existência de escolas, por isso, agora, com a existência de estabelecimentos de ensino, são praticados no mesmo  período em que as aulas decorrem.

”Não há consenso sobre a prática dos ritos no período de férias, outros até chegam a sugerir que o governo deveria alterar o calendário escolar. Concordamos que deveríamos seguir o conselho do governo, porque permitir que as crianças estudem é garantir o futuro. Apelamos à mudança de comportamento em relação à prática dos ritos de iniciação”, disse.

Por sua vez, o director distrital de Educação e Desenvolvimento Humano, Moisés Peleia, disse que a instituição que dirige está em contacto permanente com as lideranças comunitárias, para prevenir que os ritos e os casamentos prematuros afectem a escolaridade da rapariga.

Ainda em Niassa, Isaura Nyusi apelou ao uso de métodos contraceptivos, para evitar gravidezes indesejadas.

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