Cerca de 10 mil alunos do ensino secundário geral, do distrito de Dondo, província de Sofala, passarão a estudar, a partir de 2024, em instalações condignas, modernas e resilientes a eventos climáticos severos, graças às obras de reconstrução da Escola Secundária de Mafambisse, que foi destruída pelo ciclone Idai, em Março de 2019.
Para o efeito, foi lançada, esta quinta-feira, no posto administrativo de Mafambisse, a primeira pedra para a construção da imponente infra-estrutura, que será a maior escola secundária geral erguida no país, desde a independência nacional. O referido empreendimento está avaliado em cerca de 814 milhões de Meticais, um financiamento do Governo em parceria com a Fundação de Caridade Tzu Chi.
A nova Escola Secundária de Mafambisse terá 58 salas de aula, contra 10 da actual. As salas estarão divididas em pisos, sendo 18 salas no primeiro, 20 salas no segundo e outras 20 no terceiro, o que elevará a sua capacidade para cerca de 10 mil alunos em três turnos, incluindo o nocturno, contra os actuais seis mil alunos.
Entre outras infra-estruturas, a escola em referência contará ainda com 18 casas de banho, cinco salas de professores, três salas de informática, sendo duas para os alunos e outra para os professores, três laboratórios para as disciplinas de Física, Química e Biologia, uma enfermaria e um campo de jogos multiusos. Para os professores, a nova infra-estrutura vai contribuir para a melhoria da qualidade de ensino.
“Não é para duvidar, porque, a partir da altura em que temos melhores condições de trabalho, temos que melhorar a nossa actuação para podermos alcançar os nossos objectivos, neste caso, formar, com qualidade, o homem novo”, referiu Baltazar Zunguze, director da escola.
Na ocasião, os alunos estavam muito felizes. “Estamos muito felizes porque esta será a maior e melhor escola do país, facto que nos orgulha bastante. Veja que, desde 2019, estamos a estudar de forma condicionada, debaixo das árvores e em tendas, e, numa pequena alteração da temperatura, as aulas são interrompidas, o que contribuía para o nosso baixo aproveitamento pedagógico”, afirmou Tomás Fernando, aluno.
Dino Foe, representante da Fundação, referiu que “com esta infra-estrutura, o nosso compromisso é que seja um centro de excelência, onde a comunidade, pais, encarregados de educação, estudantes e professores se abracem para uma formação de base, mas também humanitária”.
A Escola Secundária de Mafambisse foi projectada para ter uma estrutura resiliente, capaz de resistir aos eventos extremos decorrentes dos efeitos nefastos das mudanças climáticas, assim como para o alargamento da rede escolar.
”Actualmente, 117 turmas na província de Sofala funcionam ao ar livre. Com a entrada em funcionamento da Escola Secundária Geral de Mafambisse, o impacto será a redução de 116 turmas que funcionavam ao ar livre”, afirmou Carmelita Namashulua, ministra da Educação e Desenvolvimento Humano.
Por seu turno, o ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, falando em representação do Chefe do Estado, afirmou que a escola representa uma mais-valia, não só em Sofala, mas para as províncias vizinhas.
“É uma obra que será um símbolo emblemático para o ensino secundário no país pela dimensão infra-estrutural”, referiu Carlos Mesquita.
No final, o pelouro das Obras Públicas recomendou ao Gabinete de Reconstrução Pós-Ciclone, ao financiador e ao Governo provincial para trabalharem de forma articulada, “de modo a garantir que as obras que hoje iniciamos tenham resiliência necessária aos eventos extremos e que sejam concluídas dentro de 15 meses, que é o prazo previsto. Por isso, recomendamos o reforço da coordenação e da fiscalização”.