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Irmãos com deficiência múltipla registam melhorias após tratamento médico

Foto: O País

As duas crianças, que há uma semana deram entrada no Hospital Central de Nampula com problemas de pele, fala e deficiência motora, já começam a registar melhorias. A primeira intervenção foi na área de dermatologia e segue-se a de fisioterapia.

Há uma semana, dois irmãos de 7 e 11 anos de idade, respectivamente, deram entrada no Serviço de Dermatologia do Hospital Central de Nampula, com a pele totalmente desidratada e com descamação e que dava uma comichão constante, para além do problema da fala congénito e da deficiência motora. A primeira intervenção foi de um especialista em dermatologia que, depois do diagnóstico, receitou medicamentos que, em pouco tempo, começaram a surtir efeitos positivos.

A indicação é que se trata de ictiose, uma condição dermatológica que resulta em uma pele extremamente seca.

No seu aspecto recente, os dois irmãos, que ainda continuam internados, a pele está diferente, mais hidratada, e, segundo os médicos, eles padecem de um problema genético crónico, por isso a sua pele nunca será como a de uma pessoa saudável, devendo passar o resto da vida dependentes de pomadas medicinais.

“O colega já passou por aqui, prescreveu alguns medicamentos, de lá para cá passa uma semana e estamos satisfeitos, porque há uma melhoria nas crianças. Falta a outra área, porque, para além do problema da pele, têm problemas de défice motor e também têm problemas de linguagem, não falam, nem andam desde o nascimento. E falta o estudo de imagens, portanto pedimos TAC da cabeça e da coluna vertebral. O desejado é que eles se recuperem, mas o normal, como nós, não vão chegar até lá porque é um problema genético da pele. O que nós queríamos é que não tivessem aquelas complicações, como cicatrizes, infecções, etc”, explicou o médico pediatra Paulo Costa.

O problema da deficiência motora está a ser tratado por outros especialistas, sendo que os primeiros resultados são descritos como animadores, graças aos exercícios de fisioterapia a que estão a ser submetidos.

“A criança consegue ficar um pouco de pé. Claro que a parte da linguagem vai levar algum tempo, mas pelo menos alguma melhoria sentimos neste período em que estão aqui, por causa de fisioterapia”, concluiu.

As duas crianças são do distrito de Larde, parte costeira da província de Nampula, e, durante muito tempo, ficaram sem atendimento hospitalar, devido à negligência da família, o que as sujeitava ao estigma na comunidade, dada a forma como a pele se apresentava, assim como a forma de se locomover.

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