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Dois anos de ataques em Cabo Delgado: População procura por respostas

Cerca de 300 mortos, centenas de casas incendiadas, e milhares de famílias deslocadas, é o resultado de dois anos de ataques armados em Cabo Delgado, que iniciaram a 5 de Outubro de 2017.

Quem são e o que querem os homens que instalaram o terror no norte da província, são algumas das questões que a população de Cabo Delgado procura uma resposta até aos dias de hoje.

Tudo começou em Mocimboa da Praia, mas hoje, os insurgentes, cuja a origem e motivações continuam desconhecidas, estão presentes em quase todos distritos da zona norte e alguns do centro da província de Cabo Delgado.

Actualmente, Cabo Delgado regista uma forte presença militar, especialmente na zona norte. Desde que iniciaram os ataques armados, foram detidas mais de 500 pessoas, das quais, mais de cerca da metade foi condenada pelos crimes cometidos, mas até hoje, os órgãos da justiça e a população procuram respostas para algumas perguntas.

Tima Dias faz parte de uma longa lista de famílias que abandonaram sua a casa, seus bens, e até a sua própria história, devido ao terror protagonizado por um grupo armado instalado na província de Cabo Delgado, há cerca de dois anos.

Nasceu, cresceu e sempre viveu na sede do Posto Administrativo de Mucojo, mas em Junho último, foi obrigada a fugir para a cidade de Pemba, capital da província, apenas com um filho com cerca de um ano de idade, deixando para trás, tudo o que tinha na vida.

“Eu fugi de Mucojo, porque os insurgentes estão a matar, queimar casas e raptam mulheres jovens para casar com eles. E se essa mulher tem um bebé, matam a criança para não incomodar”, disse Tima.

Segundo testemunhas, os ataques armados começaram por volta das zero horas na madrugada de 5 de Outubro de 2017, no distrito de Mocimboa da praia, concretamente a aldeia Auasse, onde os primeiros alvos foram os agentes da lei e ordem. Aqui, os insurgentes assaltaram ao mesmo tempo, um posto policial e acampamento das Forças de proteção de Recursos Naturais, e, onde assassinaram um agente da lei e ordem.

Enquanto um grupo assaltava a aldeia de Auasse, de acordo com informações, o outros insurgentes, quase na mesma hora, invadiam o Comando Distrital da Polícia da República de Moçambique, onde também assassinaram outro agente da lei e ordem, roubaram armas, e tentaram assaltar o quartel da forças de guarda fronteira.

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