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Dino Miranda colhe “Xiluva” no jardim da música

Dino Miranda colhe “Xiluva” no jardim da música

O cheiro e a beleza das flores continuam a “inspirar” e muito os artistas nacionais. Que o diga Dino Miranda: produtor, compositor, guitarrista, enfim, músico que, para o seu segundo álbum, escolheu o título Xiluva (flor em língua portuguesa).

O novo disco de Dino Miranda é uma compilação de 12 músicas, das quais quatro fizeram parte do single Baby eu te quero, lançado pelo autor lá vão três anos. São os casos de “Cantemos para mulher” (com Stewart Sukuma), “Baby eu te quero” (que intitula o single), “Deusa” (com Jimmy Dludlu) e “Viver e ser feliz”. Além destas, no disco Miranda existem mais oito: “Love on the mountain”, “Moçambique”, “Xiluva”, “Ontem a noite”, “Maria Joana”, “País tropical”, “A vida é bela” (Com Choppa Margarida) e “Marrabenta”, premiada na categoria de World Music no concurso anual International Songwriting Competition – 2016 (ISC), realizado nos Estados Unidos da América.

Os temas do novo trabalho de Dino Miranda, em geral, procuram enaltecer a importância do amor num mundo tão conturbado. É por acreditar no poder do amor que o músico faz desse sentimento um objecto para ser cantado. A primeira música do disco, “Love on the mountain”, com coros de Alcinda Guerane, é um exemplo do que o artista almeja para si e para o mundo: o amor no coração das pessoas. Afinal, de acordo com o autor, a maior preocupação neste disco foi sempre torná-lo algo cheio de humanismo. Para chegar a esse estágio, Dino Miranda convidou Stewart Sukuma para juntos cantarem a mulher, como alicerce e pilar de qualquer sociedade. E porque o patriotismo também se revela na dimensão artística, o guitarrista dedicou uma música do CD ao seu país, “uma criança que tem um sonho, deixem-na construir”, segundo a composição do terceiro som.

Xiluva é um pouco da reflexão do que tem sido a trajectória de Dino Miranda, ao nível pessoal. É a sua forma de ver a sociedade moçambicana.

Ao contrário do primeiro disco do autor, Moya wa kaya, que seguiu o percurso África do Sul-Moçambique, este Xiluva foi produzido no seu estúdio, cá no país, de onde deverá sair para conquistar o mundo. Aliás, tal evento já iniciou. No início do mês, o compositor participou, pela primeira vez, no Festival Internacional de Artes de Harare (HIFA), um evento anual, criado em 1999, que acontece durante seis dias, com música, teatro, dança, circo, performance de rua, moda e artes visuais. Foi naquele festival que, a nível internacional, Dino Miranda lançou o seu Xiluva. Agora, falta no país, o que deverá acontecer no segundo semestre, entre finais de Julho e início de Agosto. Enquanto a data prevista não chega, a promoção já começou, e, pelo menos, com uma convicção: “Acredito que nós, os artistas, temos a capacidade de inspirar as pessoas e as levantar a partir das nossas experiências pessoais. Então, neste CD, também tenho música feita com intenção de estimular quem a ouve, sempre que o desânimo se apropria da pessoa”.

Depois de Dino Miranda ter começado com a produção do álbum no seu estúdio, a parte com banda teve, desde cedo, a contribuição de Hélder Gonzaga e Stélio Zoe, bem como Texito Langa e Frank Paco. Tudo foi feito durante dois anos, sem nenhum apoio financeiro. Mesmo assim, é um álbum no qual o músico procurou garantir um nível elevado de qualidade, daí a participação de autores como Jimmy Dludlu, Orlando Venhereque, Samito Tembe, John Hassan e Thapelo Motshegwe. “Mas não foi fácil. Para ter esse todo leque de artistas envolve um custo para grandes produções, portanto, elevados”. E porque o investimento dificilmente pode se traduzir em vendas, no país, do disco, Miranda espera, para sua realização, que seja acarinhado, inclusive, internacionalmente.

Além de produzir suas próprias músicas, o Director da Miramundo Produções também produz as de outros artistas. Por exemplo, a esta altura, está a produzir o disco de Salimo Muhamed, a 90% de execução. O álbum foi gravado no estúdio de Miranda, e conta com colaborações de Hortêncio Langa. “Este é um disco de uma referência da música moçambicana, de alguém com muita energia para trazer coisas novas. São os discos o que nos move, com a pretensão de deixar o nosso contributo artístico para o país”.

As 12 músicas que compõem Xiluva foram retiradas de um universo com cerca de 20. Oito ficaram de fora.  O disco será lançado no país em Julho ou Agosto.

 

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