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Dilema do salário continua a inquietar os docentes universitários

Foto: O País

Docentes universitários sentem-se injustiçados e inferiorizados quando comparados a outras classes profissionais da Função Pública. Os professores dizem que os seus salários são muito baixos, em relação aos da classe dos médicos, magistrados e até dos técnicos médios da Autoridade Tributária.

Como forma de repúdio, a classe, representada pela Liga dos Docentes Universitários (LIDU), submeteu, nesta segunda-feira, uma queixa contra o Governo à Comissão de Petições, Queixas e Reclamações da Assembleia da República (AR).

Assim, os professores universitários esperam com a petição chamar atenção do legislador para que reveja a tabela salarial do grupo, durante a avaliação da proposta de lei dos critérios da fixação de salários para os funcionários públicos, submetida pelo Governo à AR.

“Tendo em conta que o Governo submeteu a proposta da lei, entendemos que a Assembleia da República deve tomar em consideração esse aspecto, que coloca os profissionais que estão na linha da frente na formação do cidadão e de todas outras classes numa situação desfavorável”, disse o oficial de Comunicação e Imagem da LIDU, Hilário Chacate.

Sem avançar valores concretos sobre o salário base que a classe merece auferir, o representante exemplificou que “um técnico médio da Autoridade Tributária ganha muito mais do que um professor catedrático”, e o grupo chama isso de injustiça.

Chacate reclamou que a situação não é nova, sempre existiu uma discrepância e tratamento desigual entre os docentes universitários e outros funcionários da Função Pública, não só em relação ao salário, mas também em outros aspectos, como o caso do sistema de carreiras.

“O professor tem sido tratado como profissional de última categoria e mesmo com as tabelas que circularam nas redes sociais que o ministro da Economia veio a desmentir, aquelas tabelas continuam a colocar o professor numa situação desfavorável e que não o dignifica’, queixou.

A qualidade de ensino foi outro aspecto abordado pelos docentes, que argumentam que “se queremos qualidade, devemos tratar o professor de uma forma digna e com respeito, mas há aqui um tratamento que humilha o professor, que se transmite à sociedade e aos mais novos que o professor não vale nada e é um profissional de última categoria”.

Recorde-se que, no dia 9 de Setembro, a Associação Moçambicana de Juízes e a dos Magistrados do Ministério Público também submeteram uma petição à Assembleia da República contra a aprovação da Tabela Salarial Única, alegando ser inconstitucional.

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