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Diagnosticados mais de 3.130 casos de lepra em 2021 no país

Tende aumentar, no país, o número de pessoas com a lepra. Só no ano passado, 3.135 pessoas foram diagnosticadas com a doença, um aumento em mais de 52%, quando comparado com 2020, em que foram diagnosticados 2.065 casos.

Os dados foram apresentados na segunda-feira pelo Ministério da Saúde, alusivo ao Dia Mundial da Luta contra Doenças Tropicais Negligenciadas, assinalado no domingo. E porque a lepra faz parte do grupo dessas enfermidades, a vice-ministra do pelouro, Lídia Cardoso, fez saber que os novos casos diagnosticados no ano passado chegavam com deformidades graves, como mutilação das mãos e dedos.

“O aumento fixou-se em 2%, isto é, 19% registado em 2020, e 21% em 2021”, disse, tendo acrescentado que “actualmente, 60 distritos são endémicos, sendo as regiões Norte e Centro, especificamente as províncias de Nampula, Zambézia e Cabo Delgado, as mais afectadas, representando cerca de 80% dos novos casos notificados por ano”, disse Lídia Cardoso.

No mundo, as doenças tropicais negligenciadas afectam mais de um bilhão de pessoas e cerca de dois bilhões estão em risco de ser infectadas.

São, ao todo, 22 doenças e, no país, as mais frequentes são a filaríase linfática ou elefantíase, “schistosomíase” ou bilharziose, parasitoses intestinais ou lombrigas, tracoma ou doenças dos olhos, escabiose ou sarna, tunguíase ou “matequenha” e lepra.

Segundo Cardoso, relativamente à filaríase linfática, espera-se alcançar, este ano, a eliminação total em 86 distritos. Actualmente, dos 114 afectados, 20 eliminaram a doença, e a meta é acabar com essas enfermidades na totalidade até 2030.

Por conta desta doença, entre 2008 e 2021, mais de 32 mil pessoas foram operadas e, actualmente, 15 mil aguardam por uma cirurgia.

“Para as parasitoses intestinais e schistosomíase, esperamos alcançar, este ano, o controlo em 114 dos 161 distritos endémicos e, no país em geral, até 2032. Em relação ao tracoma, a meta de eliminação é de 35 dos 66 distritos endémicos, e esperamos alcançar a meta em 2025”, disse a governante.

A meta estabelecida pela Organização Mundial da Saúde é a eliminação deste grupo de doenças até 2030 e, para tal, o país tem estado a realizar campanhas de quimioterapia massiva, rastreio de casos, controlo, disponibilidade da água, saneamento, higiene, educação e controlo de doenças transmitidas pelos animais.

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