O escritor africano Abdulrazak Gurnah foi condecorado Nobel da Literatura em 2021, pela Academia Sueca. A última vez em que a Academia Sueca distinguiu um autor africano com o Nobel da Literatura foi em 2003, ao sul-africano J.M. Ccoetzee.
Ademais, Abdulrazak Gurnah é o primeiro autor negro africano a ser reconhecido pela Academia Sueca em mais de trinta anos, depois do nigeriano Wole Soyinka, laureado nos anos 1980.
Abdulrazak Gurnah, que nasceu em 1948 em Zanzibar, na Tanzânia, e vive desde a adolescência no Reino Unido, é o 118.º premiado na história do Nobel da Literatura.
Segundo escreve o Notícias ao Minuto, de toda a história do Nobel da Literatura, atribuído pela primeira vez em 1901, mais de 80% foram autores europeus ou norte-americanos.
Abdulrazak Gurnah, que escreve em inglês embora a sua língua nativa seja o suaíli, publicou, sobretudo, romances e contos, nomeadamente, “Paradise” (1994) e “Afterlives” (2020), e “tem sido amplamente reconhecido como um dos mais proeminentes escritores do pós-colonialismo”.
De acordo com a imprensa portuguesa, no entender do comité sueco, a obra literária de Abdulrazak Gurnah é um “retrato vívido e preciso de uma outra África, numa região marcada pela escravatura e por diferentes formas de repressão de vários regimes e poderes colonialistas: português, indiano, árabe, alemão e britânico”.
O Nobel da Literatura é um prémio concedido anualmente, desde 1901, pela Academia Sueca a autores que fizeram notáveis contribuições ao campo da literatura, e tem um valor pecuniário superior a 900 mil euros.