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Desportivo Maputo: 100 anos de resiliência

O Grupo Desportivo Maputo (GDM) celebra, hoje, 100 anos desde a sua criação. No lançamento das comemorações do centenário, o presidente do clube, Paul Ratilal, garantiu que a sua direcção está a trabalhar para estabilizar a colectividade e recuperar a mística do passado. As celebrações do centenário vão estender-se por um ano.

São cem anos de muitas glórias, memórias e formação de algumas das maiores estrelas do desporto moçambicano que brilharam dentro e fora do país, revisitados e passados em revista numa cerimónia bastante concorrida por quem, desde cedo, se integrou num clube eclético.

Mas, mais do que o sucesso desportivo, o histórico destaca-se por ter ultrapassado as barreiras raciais, transformando-se num clube aglutinador que se impôs mesmo sem ter o patrocínio de empresas públicas.

Aliás, segundo Neves Correia, antigo presidente da Comissão de Directiva, não faz sentido afirmar que o Grupo Desportivo Maputo era um clube de famílias. Diz Correia que o GDM sempre se destacou como “um clube onde havia solidariedade”.

Para Correia, que falava no painel “GDM: 100 anos: passado, presente e futuro”, o Desportivo Maputo sempre viveu a custa do sacrifício dos nossos sócios. O clube sobreviveu à custa da calorice dos adeptos, ou seja, associativismo”.  Um por todos, todos por um. Este é o lema do Grupo Desportivo Maputo, uma colectividade que, mais do que almejar o sucesso desportivo, transmitia grandes valores aos seus activos.

“Nós servíamos ao Desportivo Maputo de alma e coração. Dávamos muito mais do que recebíamos. É esta imagem que gostaríamos de resgatar”, notou.

Decano do jornalismo desportivo moçambicano, Renato Caldeira foi uma das personalidades convidadas para deixar ficar o seu testemunho sobre o centenário da “Nação”.

Eloquente, e no bom sentido, Caldeira recordou que praticou atletismo no Grupo Desportivo Maputo e que sempre teve “inveja” de alguns atletas que brilhavam neste clube.

“É preciso valorizar o Desportivo Maputo. Foi um dos primeiros clubes a quebrar as barreiras raciais.

Em tempos de crise, que afecta a alta competição e desestabiliza os elencos directivos, há que profissionalizar cada vez mais a gestão, atrair mais parceiros e colocar as tecnologias de informação ao serviço do clube. É neste sentido que, durante o lançamento das comemorações do centenário que se vão estender por um período de 12 meses, foram apresentadas algumas linhas de acção que vão ajudar a estabilizar o GDM.

“Lançámos a imagem do centenário. Vamos lançar uma nova imagem que se vai traduzir em disponibilização de produtos com parceiros. Temos novos canais digitais do clube. Vamos ter um cartão de sócio em formato digital. Estamos a projectar uma loja digital para a venda de produtos do clube. Estamos a negociar com várias empresas para exporem as suas marcas nos nossos painéis publicitários”, explicou o presidente do Desportivo Maputo, Paulo Ratilal.

 

MOZA BANCO APOIA BASQUETEBOL

Para que, no futuro, o clube esteja estável, a direcção assinou alguns contratos de patrocínio com alguns parceiros estratégicos que se comprometem em dar o seu apoio para resgatar a mística apresentada no passado.

Trata-se do Moza Banco, instituição bancaria que vai apoiar o basquetebol, modalidade com tradição no clube,  com um investimento inicial  de 3 milhões, Playtech e LA Business.

Falando à imprensa sobre o patrocínio do Moza Banco ao basquetebol, Manuel Guimarães, administrador, disse que “é para nós gratificante estarmos aqui para apoiar o clube Desportivo Maputo. Este patrocínio tem como principal objectivo melhorar as condições das equipas de basquetebol sénior masculino e, em especial, a formação neste desporto tão querido de todos os moçambicanos”.

Manuel Guimarães acrescentou ainda que, “no quadro das nossas acções de responsabilidade social, enquadramos o desporto, cientes de que é uma actividade que reúne todos os moçambicanos, desde os mais pequenos até as pessoas de idade adulta, por isso mesmo, bem haja o desporto moçambicano e em particular o basquetebol”.

Adiante, a fonte explicou que o “o Moza Banco irá contribuir para o Grupo Desportivo Maputo, através da reabilitação e modernização de infra-estruturas do clube e dará uma atenção especial às equipas de basquetebol sénior masculino e feminino. Vamos adquirir equipamento novo que já se encontra em produção”.

E, porque o dia era mesmo de celebração do centenário, houve espaço para o corte de bolo, momento presenciado por Mexer, jogador que se fez no Grupo Desportivo Maputo e que, hoje, evolui no Bordéus da França.

Foram, durante a cerimónia, apresentadas a comissão de honra e organizadora das comemorações do centenário.

O Grupo Desportivo Maputo foi fundado em 1921, a 31 de Maio como Grupo Desportivo de Lourenço Marques; esta colectividade conta com vários títulos nas diversas modalidades que movimenta.

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