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Deslocados sem agasalhos queixam-se de frio intenso em Metuge

Depois de terem sofrido com o calor e a chuva, os deslocados reassentados em Pulo, no distrito de Metuge, no centro da província de Cabo Delgado, estão a ser fustigados pelo frio intenso que se faz sentir na região, devido à falta de agasalhos. “Aqui faz muito frio, e nesses últimos dias que o céu anda nublado, a situação piorou, por isso não estamos a aguentar”, reclamou Agira Filipe, uma mulher deslocada com três filhos oriunda do distrito de Meluco.

Alguns deslocados já construíram casas relativamente melhoradas com recurso a pau-a-pique, mas a maior parte continua a viver em pequenas barracas cobertas de plástico.

“Não temos manta nem roupas para enfrentar o frio, o pior é que dormimos no chão. Isso quer dizer que só estendemos esteiras e cobrimos o corpo com capulanas”, explicou Joana Alberto, outra deslocada que perdeu o marido num dos ataques terroristas em Cabo Delgado.

Além da falta de agasalhos, os deslocados que vivem em Pulo reclamam da falta e/ou irregularidade no apoio oferecido pelas organizações humanitárias e pessoas de boa vontade.

“Eu só tenho esta roupa que está no corpo, o mesmo sucede com a minha filha. Desde que cheguei aqui, nunca me beneficiei de apoio em termos de alimentação e outras necessidades. Vimos as outras pessoas a receberem assistência e para nós prometeram trazer, mas nunca chegou”, revelou Viaze Yassin, outra deslocada que fugiu do distrito de Meluco há quase dois anos.

A maior parte dos deslocados que vivem no centro de reassentamento de Pulo são mulheres e vieram do distrito de Meluco.

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