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Desemprego pode ser reflexo da má qualidade na formação, diz Nyusi

O Presidente da República, Filipe Nyusi, diz que a falta de emprego pode estar relacionada com a qualidade de formação. O Presidente da República salienta que o desemprego não se resolve só com cursos de petróleo e gás.

O Presidente da República considera errado pensar que os cursos de petróleo e gás, amplamente introduzidos nas universidades, sejam a solução para o problema do emprego no país. No seu entender, é preciso diversificar as áreas de formação.

“Agora, há uma doença de pensar que os cursos de petróleo e gás são os que vão resolver problemas de emprego. Não. Cuidado aí”, alerta e exemplifica que, enquanto muitos se concentram nestes cursos, “há pessoas que estão a ganhar dinheiro a fazer as nossas actividades. Estive agora em Mueda, onde um jovem comprou uma máquina de fazer pão e está a vender pão seriamente, enquanto outros discutem ida a Afungi (à busca de oportunidades de emprego nos projectos de gás)”.

Na abertura da conferência internacional sobre os 60 anos do ensino superior em Moçambique e Angola, o Presidente da República salientou que as empresas precisam de garantia de quadros de qualidade.

“O problema do emprego, por vezes, é mesmo por sermos irrelevantes. Quando alguém é formado e é relevante, muitas vezes é procurado. Quando oferecemos um produto que não é procurado, temos que reflectir”, diz, referindo que, vezes sem conta, empresas deixam pessoas formadas no país para buscarem profissionais de outros países.

Disse, mais, que os títulos académicos devem reflectir a qualidade da formação. “Nós banalizamos o Doutoramento. Um Doutor deve parecer doutor quando se expressa. E essa expressão formata-se com o conhecimento ao longo de muito tempo. Agora, você chama um amigo e diz que amanhã vai ser Doutor e já é. Quando senta com professores não tem ideia”, comenta.

Nyusi desafia as universidades a repensarem o modelo de ensino, procurando explorar as tecnologias de informação e comunicação. Porque tal depende de dinheiro, o Chefe de Estado diz que as academias devem reinventar-se para serem sustentáveis.

Já a ministra do Ensino Superior de Angola destaca a necessidade de maior investimento para a expansão do ensino.

A conferência internacional sobre os 60 anos do ensino superior em Moçambique e Angola arrancou esta quarta-feira e termina na sexta-feira.

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