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Descarrilamento de comboio pode custar 30 milhões MT aos CFM

O comboio que descarrilou na noite da última segunda-feira na Manhiça transportava cerca de mil passageiros e criou um prejuízo de cerca de 30 milhões de meticais a empresa caminhos-de-ferro de Moçambique. A empresa diz que o roubo de mercadoria podia ser o objectivo dos que vandalizaram as agulhas.

Segundo o chefe do departamento de transporte ferroviário de passageiros na empresa CFM, Emídio Victor Bata, foi um acto criminoso que só não resultou em vítimas humanas porque o maquinista, perante a aproximação de um desvio circulava a pouca velocidade e houve calma no seio dos cerca de mil passageiros que seguiam nas sete carruagens do comboio que havia partido de Maputo as 17horas e 45.minutos.

O descarrilamento deu-se no quilometro setenta e quatro há seis quilómetros da estacão da Manhiça onde existe um desvio para a açucareira da Maragra.

“Feito o inquérito no local apurou-se que tivemos três carruagens descarriladas parcialmente e uma locomotiva totalmente descarrilada”, disse Bata referindo igualmente que a causa do acidente foi uma sabotagem no aparelho que permite a mudança do itinerário do comboio, vulgarmente chamado agulha.

“E uma zona propensa a roubos. Nós temos tido situação de vandalização naquele ponto” referiu.

Apesar de situação idêntica não ocorrer há algum tempo sabe-se que nos tempos passados naquele local os malfeitores vandalizavam a linha com o objectivo de roubar açúcar escoado da açucareira da Maragra, facto que só reduziu depois que foram reforçadas medidas de vigilância pela empresa CFM e pela polícia. Ademais as agulhas tem uma protecção reforçada segundo Emídio Bata pelo que a acção dos sabotadores surpreendeu a empresa.

“Arrombaram. Nós bloqueamos as agulhas. Agulha estava aferrolhada. Foi arrombada. Usaram meios que não são normais. Significa que não foi uma acção protagonizada por adolescentes ou crianças. Foi uma acção perpetrada por pessoas que queriam tirar algum proveito” assegurou.

A reabertura da via estava prevista para as 17 horas desta quarta-feira e um comboio com destino a chicualacuala tinha partido de Maputo por volta das 14 horas. Apesar da reposição rápida da via a empresa fala de prejuízos elevados.

Ninguém até aqui foi detido em conexão com o caso apesar da garantiu de Emídio Bata de que investigações estão em curso. Para evitar situações futuras, a empresa reforçou o sistema de vigilância bem como o apelo para a colaboração das comunidades na denúncia de actos de sabotagem.

Com menos três carruagens em circulação para Manhiça a empresa espera que se agrave a situação de sobre lotação que se verifica naquela linha.

Partem do estacão dos caminhos-de-ferro para Manhiça diariamente mais de mil e quinhentos passageiros.

 

 

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