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Declarante confirma versão apresentada pelo réu Crimildo Manjate

Foto: O País

O declarante Naldo Manjate confirmou hoje, em Tribunal, que foi usada a sua conta para receber dinheiro pela venda de um imóvel, porque o réu Crimildo Manjate, que é seu irmão, julgava que a sua conta Bim estivesse inactiva. Ainda hoje, foram ouvidos outros três declarantes envolvidos na venda de uma casa a Elias Moiane

O dia esteve reservado a quatro declarantes, todos envolvidos na venda de casas a alguns dos réus implicados no “caso dívidas ocultas”.

Naldo Manjate, que é irmão de Crimildo Manjate, réu que disse ter recebido mais de 3.7 milhões de Meticais pela venda de uma casa inacabada em Djonasse, na Matola, província de Maputo. Este valor teria sido recebido na conta do irmão Naldo Manjante, o que, para a Procuradoria, era uma estratégia do réu Crimildo para não ser envolvido no esquema das dívidas ocultas, porque sabia da proveniência ilícita do dinheiro.

No entanto, o réu rebateu o entendimento do Ministério Público, justificando que recorreu à conta do irmão, porque julgava que a sua conta Bim estivesse inactiva, por ter ficado muito tempo sem fazer movimentações. E é esta versão que o irmão Naldo Manjate, chamado como declarante, veio confirmar.

Esteve também Tomás Mabjaia como declarante. Mabjaia é o homem que vendeu uma casa a Elias Moiane, réu que, em Tribunal, justificou tê-lo feito a mando da tia, a co-ré Inês Moiane, porque esta não tinha tempo para o efeito. Tomás diz ter ouvido dizer, pelo intermediário Aurélio Dove, que Elias Moiane estava a comprar a casa em representação da tia e que este impôs que parte dos 11.5 milhões de Meticais fosse transferida para uma conta domiciliada no Standard Bank.

É daí que entra o seu amigo e então sócio Gilberto Mabjaia. Também chamado a deixar as suas declarações, confirmou a versão.

Entretanto, por ter cedido a sua conta para ser usada na recepção do dinheiro pela venda da casa, Gilberto Mabjaia encaixou cerca de cinco mil Meticais para si, tal como confirmou o seu amigo Tomás Mabjaia, após ser confrontado com extractos bancários.

Na verdade, Tomás Mabjaia liderou o processo da venda da casa que era do seu irmão Salomão Mabjaia. E porque Salomão Mabjaia não esteve muito envolvido no processo, disse saber muito pouco.

Apesar de terem sido ouvidos quatro declarantes, um número maior em relação aos dias anteriores, a sessão desta sexta-feira foi bastante rápida, com quase todos os advogados e assistente a não interrogarem os declarantes e o Ministério Público a fazer poucas questões.

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